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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Othon Salleiro



Othon Sivaldo Vaz Salleiro 
Nasceu na cidade do RIO DE JANEIRO no início do século passado. Aos dezesseis anos torna-se aluno de Quincas Laranjeiras e sua vocação musical começa a incomodar seus pais, que desejavam vê-lo formado em Medicina. Passa então um período de reclusão no Rio Grande do Sul, fixando-se em Porto Alegre. Neste período produz algumas de suas composições favoritas. Retorna ao Rio de Janeiro e, em 1929, podemos ver sua fotografia na revista “O Violão” de Março, com a seguinte legenda: Othon Sivaldo Vaz Salleiro, risonha esperança da virtuosidade do Violão e alumno do professor Gustavo Ribeiro( nesta foto ele aparece tocando violão na casa Cavaquinho de Ouro). Aos vinte e oito anos ingressa na Faculdade Nacional de Medicina, onde se forma e faz mais tarde especialização em Psiquiatria. Trabalhou como Psiquiatra no Hospital do Engenho de Dentro durante quarenta anos, mas nunca perdeu a proximidade com a música! Conviveu com os grandes chorões como o já citado Quincas Laranjeiras, João Pernambuco, João da Baiana, Pixinguinha e um ilustre visitante:Agustín Barrios. O point era o “Cavaquinho de Ouro”, mas as noitadas podiam se estender para a Lapa. Era a nata da boemia ! Todo mundo enchia a cara e depois bebia leite para rebater...Barrios provavelmente foi quem mais influenciou Salleiro, passando para este a importancia do apuro técnico e o gosto pelo folclore. Reza a lenda que, quando Segóvia por aqui esteve em 1937, ficou impressionado com o virtuosismo de nosso patrício e não se furtou em dar-lhe conselhos . Também Narciso Yepes, outra celebridade, ao vê-lo tocar “Batucada-choro” ficou tão impressionado que passou a incluir esta música de Salleiro em seu repertório. Compositor muito inspirado, teve como parceiros João dos Santos, João Pernambuco e Julinho Ferramenta (célebre chorão da Ilha do Governador). Com estes e Pixinguinha, freqüentava os saraus da casa de Jacob do Bandolim, de quem foi padrinho de casamento. Eram quase vizinhos...Um belo dia, acabaram por se estranhar e a amizade terminou.
 Admirado por muitos violonistas ele foi, nas palavras de Sérgio de Pinna. : “Um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos...”. Nicanor Teixeira não poupa elogios quando diz que ; “O Salleiro para mim era um cara fantástico, que dividia seu tempo entre a música e a psiquiatria”. Tão grande quanto o violonista e o compositor, foi o professor que em trinta e três dias de curso intensivo proporcionou ao então novato Sebastião Tapajós uma desenvoltura técnica que seria admirada em sua vitoriosa carreira e até por Emílio Pujol, que se tornaria mais tarde o seu mestre na Europa.
 O único registro que temos do Salleiro como violonista é o incrível LP “ Violão Brasileiro-Othon Salleiro”, Musidisc-HI-FI 2115. Neste disco ele passeia por vários ritmos através de composições suas e que nos remetem a várias partes do nosso Pais

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