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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Chiquinho do Acordeon



Romeu Seibel, O Chiquinho do Acordeon
 7/11/1928 Santa Cruz do Sul, RS
 13/2/1993 Rio de Janeiro, RJ
Em 1950, fez suas primeiras gravações pela Todamérica, com os choros "Casca grossa", de Guio de Morais, e "Sereno", de José Meneses e Luís Bittencourt. Em 1951, passou a trabalhar na Rádio Nacional no programa "Música em surdina". No mesmo período, fez gravações com o Regional de Claudionor Cruz. Nesse ano, gravou, individualmente, o baião "Delicado" e o choro "Brasileirinho", ambos de autoria de Waldir Azevedo. Em 1952, juntamente com Garoto ao violão e Fafá Lemos no violino, formou o Trio Surdina. No mesmo ano acompanhou com seu conjunto as gravações dos boleros "Ni tu, ni yo", de Alberto Castel e "Un sueno", de Lúcia Bonfá e Elda Maida, por Alberto Castel na Todamérica. Em 1953, passou a integrar a Grande Orquestra Brasileira da Rádio Nacional, sob a regência de Radamés Gnattali. No mesmo ano, fundou o grupo Chiquinho e seu Conjunto, que permaneceu atuando até os anos 90. Em 1953, gravou a clássica toada "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira. Em 1954, passou a atuar com o sexteto de Radamés Gnattali. No mesmo ano, acompanhou com seu conjunto a gravação da toada baião "Canção do boiadeiro", de Maurício Morey, gravada pelo Trio Nagô na Continental. Em 1955, com o Trio Surdina, gravou as composições "Nem eu", "O que é que a baiana tem" e "O mar", de Dorival Caymmi. No mesmo ano, gravou com o Trio Surdina as músicas "Fita amarela", "Três apitos", "Conversa de botequim" e "Com que roupa", de Noel Rosa e Vadico. Ainda no mesmo ano, gravou, individualmente, "Solidão" de Sivuca e "Smile" de Charles Chaplin, Turner e Parsnons. Ainda em 1955, gravou com sua orquestra e com o vocal da cantora Marlene o choro "O lenço do Chiquinho", de Hianto de Almeida e Haroldo de Almeida. Fez arranjos para diversos jingles. Trabalhou na trilha sonora de inúmeros filmes, ao lado de maestros como Lírio Panicali, Edino Krieger, Remo Usai, Guerra Peixe e o próprio Radamés Gnattali. Em 1959, gravou o samba "A felicidade", de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes. Em 1960, fez apresentações na Europa com o Sexteto de Radamés Gnattali, como parte da III Caravana de Música Brasileira. De 1963 a 1967, trabalhou como diretor musical da extinta TV Excelsior. Ao longo de sua carreira tornou-se um requisitado instrumentista, tendo trabalhado nas gravações de discos de inúmeros artistas, entre os quais Elizeth Cardoso, Carmélia Alves, Martinho da Vila, Carlos Lyra. Suas composições mais conhecidas foram "Esquina da saudade", gravada por Jamelão, e "São Paulo quatrocentão". Em 1984 gravou com Sivuca o LP "Sivuca e Chiquinho do Acordeon", pela Barclay no qual estão presentes duas composições da dupla "Acalanto para Juliana" e "Rabo de fita".

Carlos Mattos



Carlos Mattos
 Carlos Azevedo Mattos
 1926 Rio de Janeiro
 2/11/2006 Rio de Janeiro, RJ
Carlos Azevedo Mattos foi um guitarrista e violonista consagrado pela Rádio Nacional e, em 1979, ganhou o título de melhor violonista do país. Ele tocou vários anos nas orquestras regidas pelo maestro Isaac Karabschewski. O músico foi casado com a cantora Adelaide Chiozzo, com quem teve uma filha e três netos.
Fez parte do cast da Rádio Nacional, onde conheceu a cantora Adelaide Chiozzo. Tocou em várias orquestras regidas pelo maestro Isaac Karabtchewsky. No começo dos anos 1950, formou o grupo Carlos Mattos e Seu Conjunto e, com ele, em 1953, acompanhou Adelaide Chiozzo na gravação dos sambas "Mais uma bica no morro", de Manoel Pinto, Heber Lobato e Airão, e "Meu lamento", de Lourival Faissal, Sebastião Lima e Marinho Lima. Acompanhou Adelaide Chiozzo e Eliana na gravação da marcha "Queria ser patroa", de Manoel Pinto e Aldari Almeida Airão, e, no samba "Com pandeiro na mão", de Manoel Pinto, Jorge Gonçalves e D. Airão. Em 1954, teve a toada "Meu sabiá", com A. Amaral, lançada por Adelaide Chiozzo, na gravadora Copacabana. Nesse ano, acompanhou, com seu conjunto, Adelaide Chiozzo e Eliana na gravação da valsa "Beijinho doce", de Nhô Pai, e do baião "Cabeça inchada", de Hervê Cordovil, ambos grandes sucessos. Em 1956,a rancheira "Menina não joga pedra", com Luiz de Souza, foi registrada por Adelaide Chiozzo, na Copacabana. No ano, seguinte a toada "Nossa toada", com Luis Carlos, foi lançada por Adelaide Chiozzo, também na Copacabana. No mesmo ano, "Nossa toada" foi gravada pelo cantor Francisco Carlos, no LP "Adorável como um sonho", da RCA Victor. Em 1958, a valsa "Ele esqueceu", com Luis Lemos, foi lançado em dueto por Adelaide Chiozzo e Silvinha Chiozzo, em disco Copacabana. No mesmo ano, no LP "Lar...  Doce melodia", que Adelaide Chiozzo lançou pela Copacabana, incluiu sua composição "Vá embora", com Geraldo Cunha. Em 1966, a balada "Eterna paixão", com Adelaide Chiozzo, foi gravada por José Ricardo, no LP "Lembra de mim", da RCA Victor. No mesmo ano, "Pra que sonhar", com Adelaide Chiozzo, foi gravada pela cantora Joelma em LP da Chantecler. Na década de 1970, apresentou-se com frequencia no Jequiá Esporte Clube, no bairro da Ilha do Governador, Rio de Janeiro, compondo um grupo do qual faziam parte ainda Hélio Beltrão, Ângelo Bevenuto e o compositor Leonel Azevedo. Em 1975, apresentou-se ao lado da mulher Adelaide Chiozzo no show "Cada um tem o acordeon que merece", no Rio de Janeiro e em Niterói. Em 1976, sua gravação do bolero "Nós três", de Garoto, Fafá Lemos, Chiquiinho do Acordeom e Badaró, acompanhando Adelaide Chiozzo, foi incluída no LP "40 anos da Rádio Nacional", da gravadora Philips. No mesmo ano, sua composição "Não pense em me abandonar", na interpretação da orquestra de Alexandre Gnattali, foi incluída no LP "Assim era a Atlântida", da gravadora Philips. Em 1978, participou do 1º Festival Violão de Ouro, que resultou num LP com o mesmo título, lançado pela Som Livre, e no qual consta sua interpretação de "Asturias", de J. Albeniz. Em 1979, foi escolhido como o melhor violonista do país. Na década de 1990, realizou diversos shows pelo Brasil, acompanhando a mulher Adelaide Chiozzo, E, ao lado dela, apresentou-se em mais de 900 cidades pelo país, muitos deles ainda nos anos 1950 e 1960 ao aldo da dupla Renato Murce e Eliana Macedo.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Zacarias



Aristides Zacarias

5/1/1911 Jaboticabal, SP
Regente. Instrumentista. Compositor.
Iniciou a carreira artística aos 18 anos, quando ingressou na Banda de Quaranta, no interior de São Paulo. No mesmo período apresentou-se em cinemas do trompetista José Moura, com quem organizou uma banda que tocava em bailes do Automóvel Clube, de São José do Rio Preto, e do pianista Chiquinho Scarambone.
Em 1931, transferiu-se para Catanduva, onde atuou no Clube Sete de Setembro. Em 1932, por ocasião da Revolução Constitucionalista que explodiu naquele ano em São Paulo, deixou o emprego no Clube Sete de Setembro. Em 1934, transferiu-se para a capital paulista, onde atuou em diversas gafieiras, entre as quais a Itália Fausta, e tocava em troca de local para dormir. Mudou-se pouco depois para Santos, onde arranjou emprego para tocar no Cabaré Coliseu, e em seguida, empregou-se para tocar em navio que realizava viagens costeiras.
Em 1935, retornou para São Paulo e foi convidado por José Gagliardo para integrar a Orquestra da Rádio Cosmos, que o mesmo estava organizando. Ainda no mesmo ano viajou para o Rio Grande do Sul, a fim de fazer parte da orquestra organizada pelo cantor Ascendino Lisboa, para atuar na inauguração do cassino Farroupilha, na cidade de Porto Alegre. Na mesma ocasião tocou nas comemorações do centenário da Revolução Farroupilha e também na Rádio Farroupilha. Foi em seguida para o Rio de Janeiro, indo atuar no Cassino Icaraí, em Niterói. Ficou pouco tempo no Rio, pois logo ingressou na Orquestra de Romeu Silva para uma excursão de oito meses em Buenos Aires, apresentando-se na Rádio El Mundo e no Cassino Tabarís.
Em 1936, retornou ao Rio de Janeiro, passando a atuar no Cassino da Urca. Na mesma ocasião tomou parte em sua primeira gravação, acompanhando à clarineta o cantor Almirante, juntamente com a Orquestra de Simon Boutman. Em 1937, deixou a Orquestra Romeu Silva, passando a atuar na Rádio Nacional, onde tocou na Orquestra All stars, sob a direção de Radamés Gnattali. Em 1939, viajou para os Estados Unidos para tocar com a Orquestra de Romeu Silva, no Pavilhão do Brasil, na Feira Internacional realizada na cidade de Nova York.
Em 1941, excursionou pela Argentina com a Orquestra da Rádio Nacional. Na ocasião exibiu-se no programa "Hora del Brasil", na Rádio Municipal de Buenos Aires, apresentando-se também na Boate Embassy. Em 1942, retornou ao Rio de Janeiro, passando a fazer parte do conjunto de Claude Austin, que se apresentava no Cassino do Copacabana Palace. Pouco depois passou a integrar a orquestra do maestro Fon-Fon, na Rádio Tupi do Rio de Janeiro. No mesmo período atuou no Cabaré Assírio, no subsolo do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.Voltou em seguida a atuar na Orquestra do Copacana Palace, então sob a direção do maestro Fon-Fon, indicado por ele para substituir Claude Austin.
Em 1943, gravou seu primeiro disco como diretor de orquestra, dirigindo a orquestra The Midnigthers, que foi organizada a pedido da Victor para tocar composições norte-americanas e suprir com isso o mercado, pois os músicos americanos se encontravam em greve naquele momento. A orquestra contava com três pistonistas, quatro sax, dois trombones, ritmo e o vocalista Nilo Sérgio. Na ocasião gravaram os foxtrotes "My devotion", de Wiliam e Napton, e "I'll never know", de Warren e Gordon, ambos grandes sucessos. No mesmo ano fez suas primeiras gravações, dirigindo sua própria orquestra. Em 10 de outubro daquele ano gravou seis músicas pela Victor, entre as quais os frevos "Vira as máquinas", de Marambá, "Cadê você", de Levino Ferreira e "A hora é essa", de Zumba, além dos frevos-canções "Primeira bateria", de Capiba e "Bye, bye, my baby", de Nélson Ferreira e "Cai, cai", de Marambá, com o vocal de Carlos Galhardo.
Em 1944, gravou o samba "Brasil", de Benedito Lacerda e Aldo Cabral, com o vocal das Três Marias, a batucada "Cai, cai", de Roberto Martins, o choro "Tico-tico no fubá", clássico de Zequinha de Abreu, e com o vocal das Três Marias e Nilo Sérgio, o samba "Morena boca de ouro", de Ary Barroso. No mesmo ano, regravou três dos maiores sucessos do cancioneiro popular brasileiro em todos os tempos, os sambas "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, e "Praça onze", de Herivelto Martins e Grande Otelo, e o choro "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro. No mesmo período dividiu discos com Carlos Galhardo e Nélson Gonçalves, gravando frevos e frevos-canção como "Olha a beliscada", de Levino Ferreira, "Sabe lá o que é isso?", de Nélson Ferreira e "Lá vai poeira", de Marambá.
Em 1945, gravou o samba "Não tenho lágrimas", de Max Bulhões e Milton de Oliveira, e também "O caminho é longo para Tipperery", versão em ritmo de samba da composição dos americanos Jack Judge e Harry Williams. Gravou ainda os frevos "Cuidado, senão eu grito", de Zumba, "O salão está vazio", de Jones Johnson, "Espalha brasa", de Marambá, "A cobra tá fumando", de Levino Ferreira e "Agüenta a virada", de Edivaldo Pessoa. No mesmo ano passou a atuar como diretor musical da Victor.
Em 1946, gravou os sambas "A casinha pequenina" e "Meu limão, meu limoeiro", de domínio público, e o choro "Apanhei-te, cavaquinho", de Ernesto Nazareth, entre outras. Gravou ainda os frevos "Meu chamego é você", de Marambá, "Edinho no frevo", de Carnera e "Entra na fila", de Levino Ferreira. Em 1947, gravou o samba "Feiticeira", de Ary Barroso, a "Valsa nº 7", de Chopin, em ritmo de samba, o samba "Palpite feliz", de Noel Rosa e Vadico, e o frevo "Chegou sua vez", de Levino Ferreira, entre outras.
Em 1949, gravou de Chiquinha Gonzaga o choro "Atraente" e, de Dorival Caymmi, a toada "Peguei um ita no Norte". No mesmo ano sua orquestra recebeu o Prêmio de Melhor Orquestra do Rio de Janeiro. Em 1950, entre outras composições, gravou os frevos "Lá vai veneno", de Zumba, "O frevo da meia-noite", de Carnera, "O caldeirão está fervendo", de Jones Johnson, o samba "Último desejo", de Noel Rosa, e o samba-canção "No rancho fundo", de Ary Barroso e Lamartine Babo. No mesmo ano deixou depois de sete anos o Copacabana Palace Hotel, transferindo-se com sua orquestra para o Hotel Excelsior, em São Paulo.
Em 1951, gravou o samba "Feitio de oração", de Noel Rosa, o motivo popular "Peixe vivo", em ritmo de baião, com arranjos de Mário Zan e Palmeira, a marcha-frevo "Saudades de Raul Morais", de Edgard Morais, e de sua própria autoria e Pernambuco, o baião "Pedalinho". No mesmo ano foi contratado pela Prefeitura de Montevidéu, no Uruguai, para atuar ao lado da orquestra de Xavier Cugat. Retornando ao Brasil, apresentou-se durante um mês na cidade de Recife, voltando a seguir para o Rio de Janeiro.
Em 1952, ganhou o Prêmio de Melhor Clarinetista do Ano, em concurso instituído pela Rádio MEC. No mesmo ano gravou os choros "Xamexuga", de sua autoria e Pernambuco, e "Franci", de Ari Monteiro, a valsa "Flor de laranjeira", de Ari Monteiro e Irani de Oliveira e o fox "Parabéns a você", com arranjos do maestro Lindolfo Gaya. Ainda em 1952, realizou gravações em separado com seu conjunto e com seu sexteto. Com o sexteto Zacarias gravou a guarânia "Índia", em ritmo de baião, e o choro "Sugestivo", de Moacir Silva. Já com seu conjunto gravou o bolero-mambo "Jezebel", de Wayne Shanklin, e o baião "Dance no baião", com arranjos de sua autoria. Em 1953, gravou de sua autoria o choro "Rebolando", de Lourival Faissal e Getúlio Macedo, o baião "O banjo no baião", e, de Carnera o frevo "Esquecendo as mágoas". No mesmo ano, realizou uma série de programas na Rádio Nacional do Rio de Janeiro e formou o Conjunto Zacarias para atuar na Boate Vogue. No mesmo período, organizou com o pianista Fats Elpídio o Quarteto Excelsior, a fim de atuar no Hotel Excelsior.
Em 1954, gravou o samba "Agora é cinza", de Alcebíades Barcelos e Armando Marçal, os frevos "Vassourinhas no Rio" de Carnera, e "Isquenta mulhé", de Nélson Ferreira. Em 1955, gravou os frevos "Vassourinha do Levino", de Levino Ferreira, "Carro-chefe", de Nélson Ferreira, e "Vale-tudo", de Carnera. Ainda em 1955, foi escolhido pelo crítico Silvio Túlio Cardoso, através da coluna "Discos populares" escrita por ele para o jornal O Globo, como o "melhor regente de pequeno conjunto do ano" recebendo como prêmio um "disco de ouro" entregue em cerimônia no Golden Room do Copacabana Palace. Em 1956, gravou os frevos "Zaccarias no frevo", de Carnera e "Tempo quente", de Edgard Morais. No mesmo ano, gravou com Fats Elpídio, na dobradinha clarinete e piano, a canção "Os pobres de Paris", de Marguerite Monnot e o fox "Blue star", de Young e Heyman. Em 1957, gravou de Ary Barroso os sambas "Aquarela do Brasil" e "Na Baixa do Sapateiro", e de Mário Zan e J. M. Alves, o dobrado "Quarto centenário". Recebeu nesse mesmo ano seu segundo Disco de Ouro. Na mesma época, trocou o Excelsior pelo Country Clube do Rio de Janeiro, ocasião em que ampliou seu conjunto, transformando-o em um sexteto com a entrada de mais um sax e um trombone.
Nos anos 1950, atuou durante sete anos no carnaval do Clube Internacional de Recife. Em 1960, estreou com o diretor da Orquestra da TV Excelsior do Rio de Janeiro, ocasião na qual abandonou a direção musical da RCA Victor. No mesmo ano gravou com seu conjunto e coro os sambas "A corneta no samba ", de Monsueto Menezes, e "Nostalgia", de sua autoria. Em 1961, gravou o rojão "É crime não saber ler", de sua autoria, o xote "Mulher transviada", de sua autoria e J. Borges, e com sua orquestra, o frevo-de-bloco "Recordando a mocidade", de Edgard Morais e o frevo-canção "Segure esse bode", dos Irmãos Valença.
Em 1962, gravou com seu regional os xaxados "Chen-en-en", de Rui Morais e Silva, e "Pagode da Maria", de sua autoria e Manoel Avelino. Durante os anos 1960, gravou 21 LPs com a Orquestra Namorados do Caribe, composta por antigos elementos de sua orquestra e por uma seção de cordas. Ao longo de sua carreira gravou dezenas de discos, incluindo diferentes gêneros musicais, especialmente sambas e frevos.
Em 1966, com o fechamento da TV Excelsior, passou a atuar em boates. Em 1971, abandonou a carreira artística.

Pedroca



Carmelino Veríssimo de Oliveira, O Pedroca
Durante muitos anos foi pistonista da Orquestra All-Stars, da Rádio Nacional. Fez suas primeiras gravações em 1950, pela Todamérica, quando lançou em interpretações de trompete os choros "Nena" e "Ando preocupado", de sua autoria. No mesmo ano, gravou mais dois choros de sua autoria: "Casa nova" e "Mágoas do Ney". Em 1951, gravou de sua autoria o "Baião em Cuba", e o bolero "Meu sonho". Em 1952, lançou o mambo "Mambolândia", o bolero "Solidão", e os baiões "Vai falando" e "Uma noite na África". Em 1953, com prestígio em alta lançou mais quatro discos com oito músicas: o bolero "Cor do céu", o beguine "Algum dia", o mambo "Esto és mambo", o choro "Vamos embora", e o baião "O baião é nosso", todas de sua autoria, o mambo "Ai negrita", de Edson Menezes, Luiz Dantas e Rogério Lucas, e os choros "Flamengo", de Bonfíglio de Oliveira, e "Toca Pedroca", com Mário Morais. Em 1954, gravou os baiões "Forró em Portugal", de sua autoria, e "Meu rincão", com Alfredo Monteiro, e os choros "Plagiando", com Luiz de França, "Não chorei", com Alfredo Monteiro, e "Chorando em surdina", e "Sem pistão", de sua autoria,  Em 1955, participou na gravadora Todamérica do LP "Músicas de sempre Nº 3" interpretando os choros "Meu sonho", de sua autoria e "Flamengo", de Bonfíglio de Oliveira. No mesmo ano, gravou o xote "Minha história", com Alfredo Monteiro, e o "Baião de Lorena", de sua autoria. Contratado pela gravadora Sinter lançou em 1956 o LP "Pedroca e seu pistom" no qual interpretou o bolero "Meu sonho", o baião "No melhor da festa", o choro " Improvisando", e o bolero-mambo "Desventura", todos de sua autoria, o choro "Flamengo", de Bonfíglio de Oliveira, o fox "Moonglow", de Hudson, Lange e Mills, o beguine "Arrivederci Roma", de L. Rascel, Gariner e Giovannini, e o slow "St Louis Blues", de W. C. Handy. No mesmo ano, lançou, também pela Sinter, o LP "Parada de sucessos - Pedroca e Seu Quinteto" interpretando os boleros "História de um amor", de Carlos Almarán, "Tudo foi ilusão", de Arcilino Tavares e Laerte Santos, e "Recuerdos de Ipacaray", de Demetrio Ortiz e Zulema de Mirkin, o Fox-slow "Love Is a many splendored thing", de Paul Francis Webster, e os sambas "Jura", de J. B. da Silva, o "Sinhô", "Folha morta", de Ary Barroso, "Siga", de Fernando Lobo e Hélio Guimarães, e "Molambo", de Jaime Florence e Augusto Mesquita. Em 1957, participou de dois LPs da série "Tarde dansante" lançados pela gravadora Sinter. No primeiro interpretou as canções "Innamorata", de J. Brooks e H. Warren, e "Written on the wind", de S. Cahn e V. Young, e no segundo, os choros "Ouvindo o além", de sua autoria, e "Flamengo", de Bonfíglio de Oliveira. Em 1958, lançou pela Sinter o LP "As garotas gostam de dançar com Pedroca e seu pistom" no qual apresentou as músicas "Rasgando seda" e "Ouvindo o além", de sua autoria, "Perto das estrelas", com Arlindo Marques Júnior e Roberto Roberti, "Port-said", com Alfredo Monteiro, "Corcovado", com Roberto Martins, "Luar do meu Rio", com Bel Luis, e "Desavença", com Luis de França, além de "Little darling", de M. Williams, "Abismo", de Anísio Silva, "Confissão", de Vanja Orico, "Incerteza", de Eduardo Patané e Di Veras, e "Apaixonada", de Lourival Faissal. No mesmo ano, foi lançado pela Todamérica o LP "Pedroca em ritmos diversos" com interpretação das músicas "Baião em Cuba", "Flamengo", "Chorando em surdina", "Casa nova", "Meu sonho", "Plageando", "Solidão", e "Oh my papa". Em 1959, gravou pela Sinter o LP "Atendendo a pedidos... - Pedroca, seu piston e seu conjunto" no qual interpretou "Chega de saudade", de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, "Prece de amor", de René Bittencourt, "Que te parece", de Julio Gutierrez, "Prece", de Vadico e Marino Pinto, "Mambo jambo", de Perez Prado, "Sé muy bien que vendrás", de A. Nuñez, "Pecado", de Pontier, Francini e Bahar, "Samba que eu quero ver", de Djalma Ferreira e João de Barro, "Love me forever", de G. Lynes e B. Guthrie, "Cancion del alma", de R. Hernandez, "Na Glória", de Ari dos Santos e Raul de Barros, e "Lamento", de Djalma Ferreira e Luis Antônio. Líder de conjunto bastante requisitado para bailes e festas, gravou discos pela Sinter e Todamérica, destacando-se como instrumentista e compositor.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Ratinho



Severino Rangel de Carvalho, O Ratinho
Severino Rangel de Carvalho (Itabaiana, Paraíba, 13 de abril de 1896 - Caxias, RJ, 8 de setembro de 1972), o Ratinho, cantor de choros e hábil saxofonista paraibano, que, sempre unido a José Luís Calazans, desde 1921, formou o conjunto Turunas de Pernambuco e, mais tarde, os Oito Batutas, do qual participou Pixinguinha, até que em 1927 ele e Calazans resolveram formar a dupla Jararaca e Ratinho.
Gravaram mais de oitocentos discos - entre eles "Mamãe Eu Quero", fundador da Banda de Música Santa Teresinha, vice-presidente da Loja Maçonica Fraternidade Luís Monteiro e cidadão honorário de Caxias, Rio de Janeiro. Ratinho morreu no dia 8 de setembro de 1972, do coração, aos 75 anos, em Caxias.

 

Luizinho Eça



Luizinho Eça
Luiz Mainzi da Cunha Eça (Rio de Janeiro, 3 de abril de 1936 - 25 de maio de 1992) foi professor, músico, compositor, arranjador e pianista brasileiro.
Descendente do escritor português Eça de Queirós, iniciou sua carreira na década de 1950 como pianista de casas noturnas. Frequentava as boates cariocas, para ouvir músicos mais experientes, como Johnny Alf. Substituindo na Boate Plaza o cantor Johnny Alf, formou um conjunto com Ed Lincoln no contrabaixo, e Paulo Ney na guitarra. Com a saída de Ney, entraram João Donato no acordeon, Milton Banana na bateria e a crooner Claudette Soares. Formou o trio Penumbra, tendo como componentes Candinho ao violão, e Jambeiro no contrabaixo, na rádio Mayrink Veiga. Participou da chamada primeira fase da Bossa nova - 1958-1962. Formou em 1962 um importante conjunto instrumental, o Tamba Trio com Bebeto Castilho na flauta, baixo, saxofone e Voz, e Hélcio Milito na bateria e na Tamba. O trio foi o primeiro a realizar pocket-shows, no Bottle´s Bar, do famoso Beco das Garrafas, catedral da Bossa nova no Rio de Janeiro.
Fez arranjos para o longplay "Barquinho" da cantora Maysa, lançado em 1961 pela gravadora Columbia. Formou o conjunto "A Sagrada Família". Foi professor de jovens músicos e atuou como pianista na casa noturna Chiko´s Bar.
Acompanhou vários artistas da Música Popular Brasileira como Nara Leão, Carlos Lyra, Roberto Menescal, Durval Ferreira, Sylvia Telles, Edu Lobo, Flora Purim, Quarteto em Cy, Vinicius de Moraes, Chico Buarque, Elis Regina, Milton Nascimento, Joyce, João Bosco, Ivan Lins, Nana Caymmi e tantos outros.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Gabriel Bahlis




Gabriel Jorge Bahlis, O Gabriel
Gabriel Bahlis, Porto Alegre - RS  1933
 É um dos grandes baixistas do Brasil., radicado em São Paulo, onde é um professor da Escola de Música do Estado de São Paulo Tom Jobim − o antigo Centro de Estudos Musicais. Isso, além de tocar na Orquestra Jazz Sinfônica até os primeiros anos do terceiro milênio e orgulhar-se de um currículo que vai da Filarmônica de Londres a Roberto Carlos, passando pela conterrânea Elis Regina, Ednardo, Elton Medeiros, Eumir Deodato, Frank Sinatra, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Jards Macalé, Vânia Bastos e uma infinidade de artistas paulistas.
 

Betinho





Alberto Borges de BarrosO Betinho
 1918 Rio de Janeiro, RJ

Na adolescência acompanhou ao violão, junto com o pai, a cantora Carmen Miranda. Atuou durante vários anos em Buenos Aires na Argentina onde tocou em conjuntos de jazz. Atuou como guitarrista em diversas orquestras, entre as quais, a do maestro Zacarias. De 1941 até 1946, foi instrumentista da orquestra de Carlos Machado, que se apresentava nos cassinos da Urca e de Icaraí. No início da década de 1950, fundou o grupo Betinho e seu Conjunto, que obteve vários sucessos, apresentando-se na Rádio Nacional paulista e na boate Excelsior. Faziam parte do grupo os instrumentistas Bolão, Botinai, Navajas, Hamilton, Bruno, Faisca e Luisinho. Em 1953 estreou em disco com seu conjunto gravando pela Copacabana o baião "É sobremesa", de sua autoria em parceria com Nelson Figueiredo e o choro "Betinho no choro", de sua autoria. O baião "É sobremesa", não fez muito sucesso no Brasil, mas chegou a receber sete gravações na Europa, entre as quais, uma com a orquestra do maestro Roberto Inglês com o título de "Sunrise samba". Em 1954 obteve grande sucesso com o fox "Neurastênico", parceria com Nazareno de Brito, que logo foi regravado seis vezes no Brasil e oito na Argentina, onde também fez muito sucesso, assim como também no Uruguai. Em 1956, o "Mambo do galinho", com Nazareno de Brito foi gravado por Cuby Peixoto no LP "Canção do rouxinol".
Em 1957 tornou-se um dos pioneiros do rock no Brasil ao gravar de sua autoria e Heitor Carrilho o rock "Enrolando o rock". No ano seguinte gravou "Little darlin'", de William, com versão de Heitor Carrilho, o calipso "Baby lover", de Wandra Herrel e o rock "Peanuts" de J. Cock. Na mesma época, o cantor Valdemar Roberto gravou na Polydor a toada "Vou falar de você", de sua parceria com Nazareno de Brito. Em 1959 gravou com sucesso a guarânia "Quero beijar-te as mãos", de Arsênio de Carvalho e Lourival Faissal. Foi um dos primeiros instrumentistas brasileiros a utilizar uma Fender, guitarra elétrica de fabricação norte-americana. Acompanhou com seu conjunto as gravações de diversos artitas, entre os quais, Ronnie Cord, Moacyr Franco em "O rock do mendigo", Gessy Soares de Lima, Rossini Pinto e Cleide Alves. Em meados da década de 1960, transferiu-se para uma gravadora independente, pela qual lançou vários discos de músicas com temática religiosa no estilo rock balada.

Agenor Bens




Agenor A. Bens
 circa 1870 Cordeiro, RJ
 circa 1950 Rio de Janeiro, RJ
Flautista. Cantor. Compositor. Professor.
Era filho de uma ex-escrava de nome Noêmia e do relojoeiro e operador do antigo Cine Gaumont, Eduardo Bens. Começou a estudar música em sua cidade natal. A fim de se aprimorar foi para o Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Música, hoje Escola de Música da UFRJ. Formou-se com louvor, e recebeu como prêmio a Medalha de Ouro, que era dada aos alunos que ficavam nos lugares primeiros colocados no curso de música. Por seu destaque, excursionou à França, onde se apresentou com sucesso, e em seguida recebeu convite e se tornou professor daquela mesma Escola.
Morou na Rua Visconde de Itamarati  no Maracanã e era empregado como chefe de turma da Saúde Pública. Foi professor de flauta do Conservatório de Música do Distrito Federal (Rio de Janeiro) e membro da Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro. Foi o músico cordeirense que mais destaque teve no cenário musical brasileiro. Ao que parece, faleceu no Rio de Janeiro na década de 1950. Foi criado na cidade de Cordeiro o Instituto Agenor Bens, dedicado a divulgação e a preservação não só de sua obra como, também, dos diversos compositores e músicos da região. Uma parte do acervo de suas gravações e de suas composições, está disponível para audição no site do Instituto Moreira Salles , do Rio de Janeiro.
Chorão da Velha Guarda, possuía vasto repertório de choros antigos. Tocava muitas obras de Candinho Trombone além de cantar modinhas. Gravou vários discos nas duas primeiras décadas deste século (total de 18 músicas), nas etiquetas Grand Record Brazil, Favorite Record da Casa Faulhaber e Odeon Record da Casa Edison. Gravou sempre solos de flauta, alguns acompanhados ao piano por Artur Camilo.  Escreveu choros, polcas e modinhas que faziam  parte do repertório  dos chorões, dentre as quais destacaram-se a  polca "Faceira", o estudo "Noturno" e "Fantasia capricho". Como grande flautista, rivalizava com Patápio Silva, de quem gravou "Oriental". A partir de 1912, começou a se apresentar como solista de diversas orquestras do RJ. Em 1913, teve uma de suas músicas, a polca "Faceira", gravada pelo flautista Carlos Martins com acompanhamento do pianista Artur Camilo. No mesmo ano, gravou, como solista, a valsa "Primavera" e com Artur Camilo, gravou  "Noturno" e a polca "Cruzes! Minha prima", de Joaquim Calado. Na opinião do maestro Guerra Peixe, foi "o maior flautista brasileiro de todos os tempos". Em 1915, apresentou-se na cidade fluminense de Nova Friburgo integrando umtrio do qual faziam parte, além dele na flauta, o maestro Villa-Lobos, em sua primeira apresentação pública, ao violoncelo, e a esposa do maestro Lucila ao piano. Em 1930, sua composição "Doutor sem sorte", foi gravada pela Orquestra Victor Brasileira, liderada por Pixinguinha. Seu tango brasileiro "Oiapoque" foi gravado pelo grupo Os Matutos.

Juarez Araújo




Juarez Assiz Araújo, O Juarez
 7/10/1930 Surubim, PE
 5/10/2003 Rio de Janeiro, RJ
Saxofonista. Clarinetista.

Iniciou-se na música tocando requinta numa banda em Jaboatão, PE. Quando serviu o Exército, passou a tocar saxofone soprano. Ao dar baixa, ingressou na orquestra da Rádio Poti de Natal, RN, profissionalizando-se. Faleceu de câncer dois dias antes de completar 72 anos de idade e na véspera do show em sua homenagem programado pelo músico Carlos Monte para acontecer no Bar Antonino, zona sul do Rio de Janeiro.
Atuou na orquestra da Rádio Poti de Natal até o início dos anos 1950, época em que transferiu-se para a Rádio Jornal do Comércio de Recife, PE, onde tocou até 1954. Neste ano, partiu para São Paulo, onde ingressou na orquestra de Clóvis Elly. Nessa época, atuou também com Sílvio Mazzuca na Rádio Bandeirantes de São Paulo e na Rádio Nacional paulista. Em 1956 foi para o Rio de Janeiro para  integrar a orquestra de Osvaldo Borba. No início dos anos 1960, inaugurou o III Festival Sul-Americano de Jazz realizado em Punta del Este, Uruguai. Na mesma época, lançou seu primeiro LP intitulado "Juarez - Sua excelência o sax", pela Carroussel. Ainda nos anos 1960, atuou como clarinetista da orquestra Arco-Íris, da TV Rio carioca. Em 1962 gravou mais dois LPs: "Bossa-nova nos States" e "O inimitável Juarez", ambos pela Masterplay. Em 1963, participou com seu grupo do IV Festival Internacional de Jazz latino-Americano, em Mar del Plata, Argentina. No mesmo ano gravou mais dois LPs: "Masterplay goes to New york", pela Masterplay e "Bossa-nova Brasil autêntico", pela ABC-Paramount americana. A partir de 1965, exibiu-se com freqüência no "Clube de Jazz e Bossa", dirigido e apresentado por Ricardo Cravo Albin em várias casas noturnas do Rio, especialmente no Midnight do Copacabana Palace Hotel, na Boate Drink e  no Teatro Casa Grande, em Ipanema. Marcou, desde os anos 1960, presença como solista do "Brazillian Jazz Sexteto" e de seu grupo "Juarez e seu conjunto", fazendo inúmeras excursões pela Europa e pelo Oriente. Trabalhou até o início dos anos 1980 na Orquestra da Rede Globo. Em 1979, integrou a Banda Talismã tocando sopros no LP "Gal tropical" lançado pela cantora Gal Costa pela Philips. Em 1980, fez o solo de sax na música "É luxo só" no LP "Aquarela do Brasil" que a cantora Gal Costa lançou homenageando o compositor Ary Barroso. Nesse disco, tocou sax tenor nas faixas "Camisa amarela"; "Inquietação"; "Novo amor" e "Aquarela do Brasil", todas de Ary Barroso. Nos anos 1990, integrou a banda que acompanhou Roberto Carlos em seus shows pelo Brasil, especialmente os estrelados no Canecão do Rio. Em agosto de 2002, passou a ser o saxofonista/clarinetista do show "Estão voltando as flores", substitutindo o maestro Helcio Brenha, com as Cantoras do Rádio, espetáculo de Ricardo Cravo Albin que correu o país. Ao longo de mais de 50 anos de carreira, atuou com Elizeth Cardoso, Gal Costa, João Gilberto, Toninho Horta, Maria Bethânia, Elba Ramalho e outros. Fez suas últimas gravações com o grupo Rabo de Lagartixa, Roberto Marques e Ithamara Koorax. Foi considerado um dos cinco maiores saxofonistas do mundo.

 

Zé Carioca


José do Patrocínio Oliveira, O Zé Carioca 
11/2/1904 Jundiaí, SP 22/12/1987 Los Angeles, EUA
Multiinstrumentista (violão, cavaquinho, banjo). Paulista de Jundiaí, começou a tocar cavaquinho como amador. Foi funcionário do Instituto Butantã de São Paulo, até ser convidado para tocar num programa que inaugurou a Rádio Educadora Paulista, em 1929. Fixou residência nos EUA nos anos 1940. Nos últimos anos de vida, alternava seis meses de residência no Brasil (São Paulo), e seis meses em Los Angeles (EUA), onde acabou falecendo aos 83 anos. Músico brasileiro inspirador do simpático papagaio Zé Carioca, personagem de desenho animado criado por Walt Disney em homenagem ao Brasil. Em 1931, passou a atuar na Orquestra Columbia, dirigida pelo maestro Gaó, apresentando-se na Rádio Cruzeiro do Sul. Nessa época, trocou o cavaquinho pelo banjo, o que lhe valeu o apelido de Zezinho do Banjo. Em 1932, foi para o Rio de Janeiro, por intermédio de César Ladeira, passando a atuar na Rádio Mayrink Veiga. Naquela emissora, trabalhou ao lado de grandes nomes do cenário artístico de então: Garoto, Pixinguinha, Nélson Souto, Britinho, entre outros. César Ladeira, quando passou a ser diretor artístico do Cassino da Urca, o levou para atuar na famosa casa. Foi ali que conheceu Carmen Miranda em 1939. Logo depois, seguiu para os EUA com a Orquestra de Romeu Silva, para atuar no Pavilhão Brasileiro da Feira Mundial que se realizou em Nova York naquele ano. Nos EUA, ainda em 1939, participou do filme "Serenata tropical", de Irving Cummings. Em 1940, apresentou-se no Pavilhão Brasileiro da Feira de São Francisco. Em 1941, assinou contrato com a 20th Century Fox, para atuar, ao lado de Carmen Miranda e do Bando da Lua, em vários filmes: "Uma noite no Rio", de I. Cummings, "Aconteceu em Havana", de Walter Lang, além de outros. Foi nesta época que conheceu Walt Disney, por intermédio de Aloysio de Oliveira, passando a dublar personagens de desenhos animados. O contato com Disney inspirou o produtor americano a criar o personagem Zé Carioca, símbolo do bom malandro brasileiro, que apareceu no filme "Você já foi à Bahia?" A partir de então, Zezinho passou a ser conhecido por este apelido. Permaneceu nos EUA, trabalhando para a Disney Produções e atuando como músico. Nos últimos anos de vida, apresentou-se diversas vezes no Restaurante Marquis Martoni, em Hollywood. Morou por décadas nos E.U.A e por lá se casou, voltando ao Brasil por várias ocasiões, especialmente nos anos 1980, onde se exibiu em alguns programas da Tevê Globo, sob direção de A C. Vannucci.
 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Waldir Azevedo



Waldir Azevedo
(Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 1923 - São Paulo, 20 de setembro de 1980)1 foi músico e compositor brasileiro, mestre do cavaquinho e autor do choro "Brasileirinho".
Waldir Azevedo foi um pioneiro que retirou o cavaquinho de seu papel de mero acompanhante no choro e o colocou em destaque como instrumento de solo, explorando de forma inédita as potencialidades do instrumento.
Waldir Azevedo nasceu de família pobre em 1923 na cidade do Rio de Janeiro, no bairro da Piedade, e passou a infância e a adolescência no bairro do Engenho Novo. Manifestando interesse em música ainda criança, Waldir conseguiu comprar uma flauta transversal aos sete anos de idade, depois de juntar dinheiro capturando passarinhos e vendendo-os.
No carnaval de 1933, aos 10 anos de idade, apresentou-se em público pela primeira vez, como flautista, tocando "Trem Blindado", de João de Barro, no Jardim do Méier.
Já adolescente, conheceu um grupo de amigos que se reunia aos sábados para tocar e, por influência deles, acabou por trocar a flauta pelo bandolim. Pouco tempo depois trocou o bandolim pelo cavaquinho, instrumento que deixou de lado quando o violão elétrico ganhou projeção no Brasil.
Waldir sonhava ser piloto de aviões, mas problemas cardíacos o impediram de realizar seu sonho, e ele acabou empregando-se na companhia elétrica do Rio de Janeiro, a Light, até que em 1945, aos 22 anos, enquanto passava a lua de mel na cidade de Miguel Pereira, recebeu um telefonema de um amigo avisando de uma vaga no grupo de Dilermando Reis, em um programa da Rádio Clube do Brasil. Tocou no grupo durante dois anos, após o que acabou assumindo sua liderança, com a saída de Dilermando em 1947.
Durante a década de 1950 fez grande sucesso com composições como "Brasileirinho", "Pedacinhos do Céu", "Delicado", "Chiquita" e "Vê Se Gostas", e as composições de Waldir o projetaram internacionalmente. Durante 11 anos viajou com seu conjunto por países da América do Sul e Europa, incluindo duas viagens patrocinadas pelo Itamaraty na Caravana da Música Brasileira. Suas composições tiveram gravações no Japão, Alemanha e Estados Unidos, onde Percy Faith e sua orquestra atingiram a marca de um milhão de cópias vendidas com uma gravação de Delicado. Waldir chegou a participar de um programa na BBC de Londres, transmitido para 52 países.
Em 1964, com a morte de sua filha Miriam aos 18 anos, afastou-se da música. Mudou-se para Brasília em 1971, aos 48 anos, onde sofreu um acidente com um cortador de grama onde quase perdeu seu dedo anular, e foi forçado a ficar sem tocar por um ano e meio. Após cirurgias e fisioterapia, recuperou-se e voltou a gravar.
Waldir Azevedo morreu em 1980 na Beneficência Portuguesa de São Paulo em decorrência de um aneurisma da aorta abdominal, poucos dias antes de começar as gravações de um novo álbum — meticuloso, Waldir ainda deixou instruções para os músicos gravadas em fita cassete. Ele tinha 57 anos.

Vadico



Oswaldo Gogliano, o Vadico
Oswaldo Gogliano, mais conhecido como Vadico (São Paulo, 24 de junho de 1910 - Rio de Janeiro, 11 de junho de 1962), foi um compositor e pianista brasileiro. Embora não tão reverenciado, Vadico foi um dos parceiros mais constantes do sambista carioca Noel Rosa. Morou por 15 anos nos Estados Unidos, onde conseguiu cidadania e estudou com o maestro Mario Castelnuovo-Tedesco.
Começou a estudar música aos 16 anos e dois anos depois tocava piano profissionalmente, época em que venceu um concurso com "Isso Mesmo É que Eu Quero". Em 1929, "Arranjei Outra" foi gravada por Francisco Alves e "Deixei de Ser Otário" foi incluída na trilha sonora do filme "Acabaram-se os Otários".
Vadico conheceu Noel Rosa em 1932, nos estúdios da gravadora Odeon, que de imediato pôs letra em "Feitio de Oração", seguida de parcerias notáveis como "Feitiço da Vila", "Pra que Mentir", "Conversa de Botequim", "Cem Mil Réis", "Provei", "Tarzã, o Filho do Alfaiate", "Mais um Samba Popular", "Quantos Beijos" e "Só Pode Ser Você". Com Marino Pinto, Vadico compôs sucessos como "Prece" e "Súplica". Também fez parceria com Vinicius de Moraes em "Sempre a Esperar".
Em 1939, foi para os Estados Unidos apresentar-se com a orquestra de Romeu Silva na Exposição Internacional de Mundial de Nova Iorque. No ano seguinte, retornou e radicou-se no Estado norte-americano da Califórnia, onde viveu durante oito anos. Lá, gravou músicas do filme "Uma Noite no Rio", com Carmen Miranda, e a partir de então, tornou-se pianista da cantora luso-brasileira e do Bando da Lua.
A pedido da Universal Pictures, compôs "Ioiô" - que acabou virando tema de outro filme. A convite de Walt Disney, musicou em 1943 o desenho animado "Saludos, Amigos", que apresentava o papagaio Zé Carioca como símbolo do Brasil.
Em 1949, rodou a Europa e as Américas dirigindo a orquestra da Companhia de Bailados de Katherine Dunham. Voltou ao Brasil em 1956, quando começou a trabalhar como diretor musical da TV Rio. Em 1962, enquanto preparava-se para um ensaio com uma orquestra no Estúdio da Columbia, sofreu uma ataque cardíaco e morreu.
Na verdade, Vadico nasceu em São Paulo, era filho de imigrantes italianos e viveu no Brás com os pais até aproximadamente os 20 anos, quando abandonou o ofício para cantar em festivais. Foi mais um autêntico sambista paulista e brasileiro. Vide dicionário Cravo Albin de música brasileira.

Julinho Barbosa



Julio Barbosa, o Julinho
5/5/1926 Nova Friburgo, RJ
Nos anos 1950, atuou como músico das gravadoras Odeon e Philips, onde bravou com Érlon Chaves, Cipó, Moacir Santos e Eumir Deodato, entre outros. Nessa mesma época, integrava a Orquestra Tabajara de Severino Araújo, apresentando-se como solista na TV Rio, tendo sido contemplado com alguns prêmios como trompetista e se tornado conhecido como Julinho do Trompete. Fez arranjos especiais para o programa de televisão "Hit Parade". Ao final de seu contrato, fez temporada no México e esteve em Nova York, junto com Paulo Moura. Nesta cidade, os dois músicos conheceram Dizzy Gillespie.
Em 1966, voltou para o Brasil e gravou seus primeiros discos próprios: "O som de Julinho" e "100% Bossa", com a participação de Dom Salvador (piano), Robertinho Silva (bateria), Luiz (baixo), Neco (guitarra) e Oberdan (sax).
Esteve, durante cinco anos, em turnê mundial com a companhia de shows "Brasiliana". Foi diretor musical da companhia de shows "Brasil Tropical".
Em 1975, fixou residência na Alemanha. Neste país, foi convidado a participar da Orquestra de Max Greger, com a qual fez concertos, apresentações em Televisão e gravou discos.
Em 1977, formou seu próprio grupo, com o qual percorreu vários países europeus, tendo realizado apresentações na Torre Eiffell, em Paris, no Cassino de Monte Carlo, em Nice, na Finlândia e em Burghausen, cidade alemã onde é realizado um dos mais conceituados festivais de jazz.
Foi convidado por uma firma japonesa para gravar um comercial tocando um trompete trabalhado inteiramente em platina.
Trabalha com várias formações, interpretando diferentes estilos de música brasileira.
Em 2005, lançou, no mercado alemão, o CD "Embalo", com a participação de músicos alemães e brasileiros, como convidados especiais Hermeto Pascoal, Ivan Conti (Mamão), Paulo Russo e Chacal. O disco, contendo exclusivamente composições próprias, foi apresentado pelo autor no Brasil no programa. "Ricardo Cravo Albin convida" (Rádio MEC), nesse mesmo ano.

Amilton Godoy



Amilton Godoy
Amilton Teixeira de Godói
2 de março de 1941
Bauru, SP
Amilton Godoy nasceu em uma família de músicos. Seu avô tocava alaúde; seus dois irmãos - Adilson e Amilson, tornaram-se profissionais; seu pai tocou violino em orquestra e trabalhava, também, como trompetista numa boate de Bauru (SP). Um de seus tios por parte de pai tocava trompete, outro, por parte de mãe, era maestro e pianista. 
"A música em casa era feita por prazer, por satisfação, e eu cresci participando desse ambiente, que me ajudou a desenvolver meu processo de musicalização. A gente tem uma escola e propõe esse processo, mas se você tem isso dentro de casa, não precisa nem procurar isso fora, vai ter ali mesmo essa possibilidade."
 A primeira professora de Amilton Godoy e de seus irmãos foi Nida Marchioni. "Comecei a aprender pelo caminho tradicional, com métodos correspondentes ao primeiro ano de piano, só que ao invés de ser no conservatório, era com uma professora particular. Ao mesmo tempo, eu aprendia também algumas harmonias, que meu pai e meu tio Sérgio, irmão de minha mãe, mostravam, relativas à música popular. Meu pai gostava muito de tocar tango, então ouvíamos e tentávamos reproduzir isso. Tivemos um grupo, que fazia muito sucesso no interior, de quatro irmãos, com arranjos feitos pelo meu tio Sérgio, eu tinha 11, 12 anos."
 O tio-avô de Amilton Godoy, que era seu vizinho, tocava violão. Uma das lembranças musicais mais antigas do pianista é a música que fazia com seus primos, aos domingos, quando o visitavam em sua casa. "Outra boa lembrança que tenho é meu pai tocando com orquestra, eu devia ter oito ou nove anos."
 Dos métodos que utilizava, Amilton Godoy recorda-se de "Estudos para Piano" (Ed. Ricordi), de Carl Czerny, e "Exercícios Técnicos Diários" (Editora Irmãos Vitale), de Oscar Beringer, todos eles praticados coma professora Nida. "Paramos de fazer aula com ela por um motivo muito interessante: a gente saía tocando música popular em Bauru e ela implicava, chegou até a ameaçar não mais dar aula pra gente, até o dia em que ela concretizou a ameaça. Fui então estudar com outro professor em Bauru, Efísio Aneda, outra cabeça completamente diferente. Estudei dois anos de harmonia tradicional com ele, e parei porque ele veio a falecer. Aí a professora Nida resolveu me aceitar de volta. Por mais que gostasse de música a gente ia para a aula de piano na marra, porque uma criança não tem suporte para agüentar uma hora de aula."
 "Certa vez, ela chamou meu pai e disse: ‘Olha, esses meninos têm que ir embora daqui, eu não tenho muito o que dar em aula para eles, têm que estudar em São Paulo, têm que ir para a escola Magdalena Tagliaferro’. Mandou-me para ser ouvido por Nellie Braga. Meu pai nos levou para fazer um teste, ela nos ouviu e nos aceitou como alunos. Por três anos viajei toda semana para São Paulo, viajava seis horas e vinte minutos de trem, tinha aula e pegava o trem de volta. A determinação era muito grande."
 Aos dezenove anos, Amilton Godoy participou, em São Paulo, do primeiro concurso nacional de piano, o Prêmio Eldorado, em 1970. "Não venci o concurso mas ganhei uma bolsa de estudos como prêmio. Com ela, eu pagava o meu estudo e minha pensão, ainda gostando de jazz, gostando de música brasileira, mas estudando seriamente piano erudito. Como estudava 11 horas por dia, comecei a ficar bom. Já trabalhando com o Zimbo Trio, ganhei o concurso Eldorado de música erudita, mas optei pela música popular."
"Ainda em Bauru, aos 13 anos, ouvi o primeiro disco de George Gershwin, encomendado por meu pai. Ouvi, ouvi, ouvi e não entendi nada, mas comecei a querer reproduzir aquilo. Essa escuta começou a desenvolver o meu ouvido: já que eu não tinha acesso a partituras, tentava tirar, tentava escrever, sei lá quanto tempo eu levei pra tirar a primeira música. Ia atrás dos solos, daquele fraseado, repetia tudo, escrevia, derretia o disco. Em outra situação, ouvi pela primeira vez Oscar Peterson, num programa de jazz da rádio A Voz da América. Também não entendi nada, como é que pode tocar piano desse jeito? Aí meu pai comprou o disco dele. Eu então tinha duas fontes diferentes, e o processo se repetiu."
 Quando mudou-se para São Paulo, Amilton Godoy recebeu o convite do músico José Ferreira Godinho Filho, o Casé, para integrar seu quinteto, experiência que se tornou decisiva em sua formação. "Com ele aprendi a improvisar; ele pegava os discos de jazz e me mandava tirar músicas para ensaiarmos com o quinteto. Com a bagagem da música erudita, pianisticamente falando, comecei a tocar música popular completamente diferente dos outros pianistas. Havia, em São Paulo, Moacyr Peixoto e Dick Farney tocando jazz e bem, eu curtia aquilo, mas não me dava mais o necessário, eu não tinha brasileiro para ouvir. Acho que o Zimbo Trio foi o primeiro grupo com uma proposta instrumental diferente. Eu aprendi com Oscar Peterson, com George Gershwin, todos os discos foram formando minha cabeça. Aquilo foi uma preparação para o Zimbo Trio".
 O Zimbo Trio foi formado a partir do convite que lhe foi feito por Rubinho Barsotti, de compor,  ao lado de Luiz Chaves, um trio para tocar na Boate Baiúca. Amilton Godoy, que iria participar do disco "Projeção - Luiz Chaves E Seu Conjunto" (RGE/Som Livre, LP/1963, CD/1994), foi procurado para substituir Moacyr Peixoto.
 "Adorei o convite para tocar com os dois, de quem até já tinha os discos. Aquela era a minha grande chance. Lembro-me de ter dito que não tinha condições de tocar com eles, que não tinha vivência suficiente de tocar na noite e de que não estava preparado. Os dois me ajudaram muito, Rubinho me apareceu com um monte de discos de dez polegadas, lembro até que alguns eram de Baden Powell. Por tirar essas músicas, comecei a entender de harmonia, desenvolvi muito o meu ouvido e peguei uns solos de cara. Certo dia, chegou da Europa Norma Bengell, a quem Rubinho conhecia. Aloysio de Oliveira estava produzindo a carreira dela nessa época, queria montar um show e precisava de um trio para acompanhar. Rubinho os convidou para ir uma noite na Baiúca, eles foram e adoraram. Preparamos o show, Aloysio fez o roteiros e eu, Rubinho e Luiz, ensaiamos com ela. No dia 17 de março de 1964, na Boate Oásis, no centro de São Paulo, foi a primeira vez que o Zimbo Trio tocou.

Ivanildo



Ivanildo, O Sax de Ouro
Ivanildo Sax de Ouro é um é um saxofonista brasileiroPernambucano de Amaraji, naturalizado cearense e potiguar por opção, como gosta de se definir, Ivanildo José da Silva começou seus estudos aos 12 anos, na Escola de Música do Colégio Salesiano. Os pais queriam que fosse advogado, mas a paixão pelo saxofone falou mais alto. Fã incondicional de Charlie Parker, Ivanildo coleciona fotos antigas e quase todos os discos do ídolo.Da revista cearense Folha do Rádio, Ivanildo recebeu prêmios como Melhor Músico, Melhor Solista, Melhor Instrumentista e Melhor Conjunto. Já foi escolhido o melhor saxofonista do Nordeste e homenageado pela Força Aérea Brasileira com a medalha "Mérito Santos Dumont".

 

Poly





Ângelo Apolônio, o Poly
8/8/1920 São Paulo, SP
10/4/1985 São Paulo, SP
Ângelo Apolônio, de nome artístico Poli, muitas vezes grafado com Y, Poly
Foi um multiinstrumentista (violão, cavaquinho, bandolim, banjo, contrabaixo, viola, guitarra havaiana) & Compositor brasileiro, tendo desde os 10 anos demonstrado habilidade com os instrumentos de cordas.
Começou sua carreira artística na década de 1930, em São Paulo, quando passou a acompanhar cantores populares de então: Januário de Oliveira, Paraguaçu e Arnaldo Pescuma. Em 1937, foi chamado para trabalhar no conjunto Regional da Rádio Difusora paulista, como violonista e solista de cavaquinho e bandolim. Na mesma época, integrou o conjunto vocal Grupo X, que concorria com o Bando da Lua. Compôs sua primeira música em 1939, uma valsa intitulada "Você", com letra de José Roberto Penteado, que nunca foi gravada. Foi esse parceiro que sugeriu o nome artístico Poli, abreviatura de Apolônio.
Em 1940, foi convidado pelo também multiinstrumentista Garoto para trabalhar em seu regional no Rio de Janeiro. Com o Regional de Garoto, atuou no Cassino Copacabana, na Rádio Clube do Brasil, na Rádio Mayrink Veiga e ainda gravou alguns discos. Em 1944, gravou seu primeiro disco solo, tocando guitarra havaiana interpretando os fox-troptes "Deep in the heart of Texas", de Don Swander e June Herchey e "Jingle, jangle, jungle", de J. L. Lilley e F. Loesser. No mesmo ano interrompeu suas atividades musicais para servir à F.E.B. na Itália, só retornando após o fim do conflito.
No ano seguinte gravou, com um conjunto liderado por ele e intitulado Poli e Seus Havaianos o fox-trote "Lime house blues", de Philip Braham e o fox-blue "Isle of dream", de sua autoria. Nessa época, passou uma temporada em Porto Alegre, trabalhando na Rádio Farroupilha, chegando a integrar o Conjunto Farroupilha a convite de Tasso Bangel. Com eles fez excursão pela Europa, Japão e EUA. Retornando ao Brasil, trabalhou em várias boates paulistas, tais como a Clipper e a Roof da Gazeta. Em 1948, gravou ao violão os choros "Sonho divino", parceria com Lupe Ferreira e "Colibri", de sua autoria.
Em 1951, criou o grupo Poli e seu ritmo com o qual gravou tocando guitarra havaiana na Todamérica o beguine "Begin the beguine", de Cole Porter e o fox-trot "Cavaleiros do céu", de Stan Jones. No ano seguinte, gravou com o mesmo grupo o choro "Meteoro", de sua autoria e o bolero "Saudade", de Jaime Redondo. Nesse ano, gravou mais dois discos com ourtro grupo intitulado Poly ( com Y ) e seus Modernistas. No primeiro disco, estavam o baião "Turista" e o chorinho "Dois de junho", de sua autoria. No segundo disco, tocou guitarra havaianano beguine "Jezebel", de Shanklin e no fox-trot "At sundown", de Donaldson. Ainda nesse ano, passou a atuar na gravadora Todamérica acompanhando com seu conjunto gravações de diferentes a começar pela dupla Cascatinha e Inhana na canção "Ave Maraia do sertão" e na toada "Fiz pra você". Fez também acompanhamentos para o Trio de Ébano, Cauby Peixoto; Orlando Dias; Trio Orixá e outros.
Teve gravados em 1953 o samba-canção "Guarujá", com Juracy Rago, pela cantora Inhana; o baião "Terra de Anchieta", com Ado Benatti pela dupla Cascatinha e Inhana e a toada-baião "Aula de amor", com José Caravaggi por Cauby Peixoto. Em 1954, gravou na Todamérica o choro "Apanhei-te cavaquinho", de Ernesto Nazareth e o baião "Coringa", de sua autoria. No ano seguinte, transferiu-se para a gravadora Columbia e gravou com seu conjunto o fox "Dançando com lágrimas nos olhos", de Burke e Dubin, o bolero "Tarde fria", de sua autoria, o fado-fox "Benfica", parceria com Juvenal Fernandes e o samba "Fel", de Betinho e Heitor Carrilho. Em 1956, fez com Henrique Lobo a música "Tarde fria" gravada por Cauby Peixoto no LP "Canção do rouxinol". Em 1957, gravou com seu conjunto o choro "Velha guarda", de José Ramos, o fox-trot "É ou não romântico", de Hart e Rodgers, o mambo "Fiesta", de Samuels e Whitcup e o beguine "Veneno", de sua autoria. No ano seguinte, gravou com seu conjunto as canções "Moonlight fiesta" e "Moonlight in Rio", de sua autoria. Em 1959, lançou pela Columbia o LP "Penumbra - Poli e Seu Conjunto". Nesse ano, tornou-se o primeiro a introduzir a guitarra na música sertaneja na regravação da "Moda da mula preta" pela dupla Torres e Florêncio, com arranjos seus, que também tocou a guitarra havaiana. Também nesse ano, tocou viola caipira no LP "Exaltação à viola", lançado pelo maestro Elcio Alvarez na Chantecler.
Em 1960, gravou pela Chantecler o cateretê "Zíngara", de Joubert de Carvalho; a canção "Noite cheia de estrelas" e a valsa "Lágrimas", de Cândido das Neves; a canção "Serenata", de Vicente Celestino e o "Samba caipira", de Palmeira e Piraci. Nesse ano, gravou pelo selo Sertanejo a cana-verde "Vai de roda", de Palmeira e Teddy Vieira; a guarânia "Condenado", de Palmeira e Alberto Calçada; a cação "Lamento de boiadeiro", de Palmeira e Mário Zan e "Folias de Santos Reis", de Teddy Vieira e Palmeira. Nessa época, seu conjunto tinha como integrantes Henrique Simonetti, na celesta, Carlinhos Maffazzoli no acordeom e Luisinho Schiavo no órgão elétrico.
Em 1961, ainda na Chantecler gravou a valsa "Ave Maria", de Erotides de Campos e o samba "Despedida de Mangueira", de Benedito Lacerda e Aldo Cabral. Nesse ano, gravou no selo Sertanejo a toada "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira. Também no mesmo ano, ingressou na Continental e em seu primeiro trabalho na nova gravadora acompanhou com seu conjunto as gravações dos rocks "Rock do saci", de Baby Santiago e Tony Chaves e "Broto legal", dois grandes sucesso do ídolo jovem Demétrius. Acompanhou ainda gravações de Valter Levita, Luiz Roberto e Leila Silva.
Em 1962, gravou com seu conjunto o samba "Castiguei", de Venâncio e Jorge Costa, o bolero "Fica comigo esta noite", de Adelino Moreira e Nelson Gonçalves, a polca "Festa na roça", de Mário Zan e Palmeira e a "Quadrilha do tamanduá", de sua autoria. No ano seguinte, gravou algumas músicas de filmes e seriados famosos na época como "Sukiyaki", "Bonanza" e "Dominique". Em 1964, voltou a tocar viola caipira no LP "Quermesse junina" da Continental.
À época, influenciava, como instrumentista e professor de música, entre outros, Sérgio Dias do Grupo "Os Mutantes". Em 1970, gravou o LP "Sertão em festa", com solos de guitarra havaiana nas músicas "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira e "Vai chorando, coração", de Amarilda e Brás Baccarin, além de tocar viola caipira em diversas composições. Gravou, no mesmo ano, outro elepê homenageando os grandes instrumentistas de cordas do Brasil, Canhoto, Jacob do Bandolim e outros. Jacob, conhecido por seu senso hyper crítico, fez elogios ao instrumentista na época do lançamento desse disco.

Astor Silva



Astor Silva
 10/5/1922 Rio de Janeiro, RJ
 12/2/1968 Rio de Janeiro, RJ
Iniciou sua atividade artística como trombonista de dancings. Por volta de 1940, passou a atuar no Cassino da Urca, e em outros, como os situados em Copacabana e Icaraí. Em 1946, com o fechamento dos Cassinos, passou a integrar a Orquestra Tabajara, dirigida por Severino Araújo, que realizou excursões pelo Brasil, Argentina, Uruguai, França, etc. Ainda como integrante da Orquestra Tabajara, apresentou-se na Rádio Tupi. Posteriormente, transferiu-se para a orquestra do maestro Carioca que atuava na mesma emissora. Exibiu-se ainda na boate carioca Night and Day e na TV Rio. Foi diretor musical de diversas gravadoras. Na CBS desempenhou também a função de arranjador-chefe. No início dos anos 1950, formou seu próprio conjunto com o qual atuou na Todamérica fazendo acompanhamentos para Flora Matos, Garotos da Lua, Virgínia Lane, Zilá Fonseca, Ademilde Fonseca e Raul Moreno. Em 1952, seu "Chorinho da Nice" foi gravado na Continental por Severino Araújo e Sua Orquestra Tabajara. Em 1953, gravou com seu conjunto na Todamérica o choro "Pisando macio", de sua autoria, e o "Baião diferente", de Marcos Valentim. No ano seguinte, gravou também com seu conjunto o choro "No melhor da festa", e o "Baião lusitano", ambos de sua autoria. Por essa época, passou a dirigir sua própria orquestra e gravou o mambo "Mambomengo", e o samba "Sete estrelas", de sua autoria. Ainda em 1954, seu choro "Alta noite", parceria com Del Loro, foi gravado na Sinter pelo cantor Jamelão. Atuou com sua orquestra na Todamérica e acompanhou, entre outras, a cantora Dóris Monteiro na gravação da "Marcha do apartamento", e do samba "Sacrifício não se pede". Em 1955, gravou com seu conjunto os choros "Chorinho de boite", e "Sombra e água fresca", de sua autoria. Por essa época, atuou com seu conjunto e com sua orquestra na gravadora Continental acompanhando gravações de Moreira da Silva, Nora Ney, Bill Farr e Emilinha Borba.

Entre 1960 e 1963, atuou com seu conjunto e sua orquestra na Columbia. Em 1960, foi um dos responsáveis pelo sucesso do samba "Beija-me", de Roberto Martins e Mário Rossi, gravado por Elza Soares com arranjos seus. Em 1961, acompanhou com seu conjunto um das primeiras gravações do então iniciante cantor Roberto Carlos num 78 rpm com as músicas "Louco por você" e "Não é por mim". Acompanhou também gravações de Risadinha, Wanderléa, também em começo de carreira, Cyro Monteiro, Rossini Pinto e Elis Regina, em uma de suas primeiras gravações, com as músicas "A virgem de Macareña" e "1, 2, 3, balançou". Ainda em 1961, gravou com sua orquestra os frevos "Jairo na folia", de Francisquinho, "Ao som dos guisos", de Edgar Morais, "A pisada é essa", de João Santiago, e "Vai na marra", de David Vasconcelos. Gravou ainda, pelo pequeno selo Ritmos, com seu conjunto, os sambas "Vamos fazer um samba", de sua parceria com Nelson trigueiro, e "Agora é cinza", de Bide e Marçal. Foi um dos principais arranjadores da segunda metade dos anos 1950.
Em 1974, seu "Chorinho de gafieira" foi regravado por Raul de Barros no LP "Brasil, trombone", lançado pelo selo Marcus Pereira.

Araken Peixoto



Araken Peixoto
Araken Peixoto (1930 - 19 de fevereiro de 2009) foi um cantor brasileiro, o qual se consagrou como tocador de pistom. Era irmão do também cantor Cauby Peixoto. Segundo familiares, Peixoto sofria de diabetes e morreu devido a uma parada cardíaca.
Irmão de Cauby Peixoto e do pianista Moacir Peixoto, e primo de Ciro Monteiro, Araken ficou conhecido por defender a tese de que “a noite é para embalar sonhos, romance e música”! E, de fato, Araken marcou seu nome nas noites musicais do Rio e de São Paulo, interpretando standards do jazz e da música brasileira. Em 20 de fevereiro de 2008, vítima de diabetes, o músico faleceu em sua casa, no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro. Sua discografia inclui os CDs Um pistão dentro da noite-vols. 1 e 2, de 1997, e Quando os Peixotos se encontram , igualmente editado em dois volumes, em 1957 e em 1989

Johnny Alf



Alfredo José da Silva, o Johnny Alf
(Rio de Janeiro, 19 de maio de 1929 — Santo André, 4 de março de 2010), foi um compositor, cantor e pianista brasileiro.
Perdeu o pai, cabo do exército, aos três anos de idade. Sua mãe trabalhava em casa de uma família na Tijuca e o criou sozinha. Seus estudos de piano começaram aos nove anos, com Geni Borges, amiga da família para a qual sua mãe trabalhava.
Após o início na música erudita, começou a se interessar pela música popular, principalmente trilhas sonoras do cinema norte-americano e por compositores como George Gershwin e Cole Porter. Aos 14 anos, formou um conjunto musical com seus amigos de Vila Isabel, que tocavam na praça Sete (atual praça Barão de Drummond). Estudou no Colégio Pedro II. Entrando em contato com o Instituto Brasil-Estados Unidos, foi convidado para participar de um grupo artístico. Uma amiga americana sugeriu o nome de Johnny Alf.
Em 1952, Dick Farney e Nora Ney o contratam como pianista da nova Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, iniciando assim sua carreira profissional. Mary Gonçalves, atriz e Rainha do Rádio, estava sendo lançada como cantora, e escolheu três canções de Johnny: Estamos sós, O que é amar e Escuta para fazerem parte do seu longplay Convite ao Romance.
Foi gravado seu primeiro disco em 78 rpm, com a música Falsete de sua autoria, e De cigarro em cigarro (Luís Bonfá). Tocou nas boates Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das Garrafas, Drink e Plaza. Duas canções se destacaram neste período: Céu e mar e Rapaz de bem (1953), ambas de melodia e harmonia consideradas revolucionárias, precursoras da bossa nova.
Em 1955 foi para São Paulo, tocando na boate Baiuca e no bar Michel, com os iniciantes Paulinho Nogueira, Sabá e Luís Chaves. Em 1962 voltou ao Rio de Janeiro, se apresentando no Bottle's Bar, junto com o conjunto musical Tamba Trio, Sérgio Mendes, Luís Carlos Vinhas  e Sylvia Telles. Apresentava-se no Litlle Club e Top, o conjunto formado por Tião Neto (baixista) e Edison Machado (baterista).
Em 1965 realizou uma turnê pelo interior paulista. Tornou-se professor de música no Conservatório Meireles, de São Paulo. Participou do III Festival da Música Popular Brasileira em 1967, da TV Record - Canal 7, de São Paulo, com a música Eu e a brisa, tendo como intérprete a cantora Márcia (esposa de Silvio Luiz). A música foi desclassificada, porém se tornando um dos maiores sucessos de sua carreira.
Em seus últimos anos de vida Johnny raramente se apresentava, em razão de problemas de saúde. Esteve apenas na abertura das exposições dedicadas aos 50 anos da bossa nova na Oca, em 2008, e, em janeiro de 2009, no Auditório do SESC Vila Mariana, em São Paulo. Na mostra sobre os 50 anos da bossa nova, Alf teve um encontro virtual com nomes como Tom Jobim, Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Stan Getz. O artista tocava piano com as projeções dos colegas, já mortos, para um filme que foi exibido ao longo do evento. Segundo o curador da mostra, Marcello Dantas, Johnny Alf foi "o caso clássico do artista que não teve o reconhecimento a altura de seu talento. Alf foi um gênio e teve participação na história da nossa música"
O compositor não tinha parentes. Vivia em um asilo em Santo André. Seu último show foi em agosto de 2009, no Teatro do Sesi, em São Paulo, ao lado da cantora Alaíde Costa.
Faleceu aos 80 anos no hospital estadual Mário Covas, em Santo André (SP), onde, durante três anos, se tratou de um câncer de próstata. Ele vivia em uma casa de repouso na cidade.
Segundo o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf foi o "verdadeiro pai da Bossa Nova". Tom Jobim, outro dos primeiros artistas da Bossa Nova, admirava Johnny Alf a ponto de apelidá-lo de "Genialf".

Paraguassú




Roque Ricciardi, o Paraguassú
 25/5/1890 São Paulo, SP
 5/1/1976 São Paulo, SP
Cantor. Compositor. Filho de imigrantes italianos, foi aprendiz de tipógrafo e ferreiro. Seu nome de batismo era Roque Ricciardi, com o qual gravou seus primeiros discos ainda na fase mecânica. Aborrecido de tanto ser chamado de "Italianinho do Brás", apesar de só cantar músicas brasileiras, optou estão por um nome bem brasileiro: "Paraguassu", nome que em algumas obras de referência aparece grafado com cê cedilha, mas que é escrito com dois esses, devido à origem tupi, onde "para" significa mar e "guassu" significa grande. Aprendeu rudimentos de violão com seu vizinho, de nome Antonio Russo, e já aos 12 anos de idade apresentava-se em bares onde tocava violão e cantava em troca de gorjetas.
Seresteiro solicitado no bairro do Brás, estreou em 1908, em um café cantante chamado "Parisien", ganhando cinco mil-réis por noite. Ali conheceu o palhaço-cantor Eduardo das Neves, que o convidou a participar de um festival por ele promovido no Circo Spinelli, em 1909. Nesta mesma época, formou um conjunto musical em que atuava como vocalista ao lado de um dos pioneiros da gravação de discos no Brasil, o cantor Caramuru (Belchior da Silveira) , acompanhados pelos violões de Canhoto (Américo Jacomino) e Luís Miranda. Exibiam-se no Bresser, barracão de zinco situado na rua do mesmo nome, ainda no bairro do Brás. Em 1912, gravou seu primeiro disco na Odeon com "Madalena" e "Mágoas", ambas de sua autoria. Apresentado a Catulo da Paixão Cearense, em 1921, cantou para ele a modinha "Palma de martírio", de Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense. Catulo, que ficou sendo seu admirador, escreveu-lhe, posteriormente, os seguintes versos: "Qual seria o anel do cantor como tu, Paraguaçu? Como tu, cantor do amor? Esse anel seria uma saudade brilhante, ou melhor, uma saudade cantando na gravação de uma dor". Em 1923, inaugurada a Radio Educadora Paulista, foi o primeiro artista contratado da emissora. Três anos mais tarde, acusado de plagiar a valsa "A pequenina cruz de teu rosário", de Fetinga e Fernando Weyne, submeteu-se a uma ação judicial que repercutiu por todo o país, comprovando- se o plágio que havia sido por ele gravado como "Cruz do rosário", na Odeon. Gravou o primeiro disco em 1927 pela Odeon, com a modinha "Berço e túmulo", de sua autoria. No mesmo ano, cantou "Bem-te-vi", no filme do mesmo nome dirigido por Victor del Picchia. Esta canção, gravada em 1929, na Colúmbia, tornou-se um dos grandes sucessos do cantor. Em 1929 lançou pela Columbia o samba "Siá Maria" e a embolada "A juriti", de sua autoria. No mesmo ano gravou a modinha "Casinha pequenina", de domínio popular, para a qual fez os arranjos. Em 1930 registrou as canções "Teu quebranto" e "Segredo d'alma", de sua autoria e "Azulão", de Hekel Tavares e Luiz Peixoto e a embolada "Meu alazão", de sua autoria, entre outras. No mesm ano gravou em companhia de Mário Graccho e Januário de Oliveira o "Hino da Associação dos Empregados do Comércio do Rio de Janeiro", de José Domingos Brandão e do revistógrafo Bastos Tigre. Gravou ainda, de João Pernambuco a toada "Amô de caboco". Com pseudônimo de Maracajá gravou algumas músicas para a Colúmbia, dentro da "Série caipira Cornélio Pires". Em 1931 gravou a toada canção "Tenho pena de meus olhos", de Angelino de Oliveira. Em 1932 gravou de Miltom Amaral as canções "Todo poeta nasceu para sofrer" e "Meu cachimbo". Em 1933, compõe dois clássicos sertanejos: "Porteira véia" e "Violeiro do luá", com Assunção Fleury. Gravou, ainda, duas das mais expressivas toadas sertanejas, o "Luar do sertão", de Catulo Cearense e João Pernambuco e "Tristezas do jeca", de Angelino de Oliveira. No mesmo ano gravou de sua autoria o cateretê "Festa na roça", a marcha "Já te quis" e a canção "Pobre amor". Participou dos cinco primeiros filmes falados brasileiros: "Acabaram-se os otários", de Luis de Barros, em 1929, "Campeão de futebol", em 1931, de Genésio Arruda, "Coisas nossas", em 1931, dirigido por Wallace Downey com Procópio Ferreira e Sebastião Arruda, "Mágoa sertaneja", com Batista Júnior e "Fazendo fita", de 1935, com Alberto Marino, Alzirinha Camargo, entre outros. Organizou o Conjunto Verde e Amarelo, que integrado por José Sampaio e Pilé, nos violões, Fernando Chaves, no bandolim, Veríssimo e Atilio Grany, nas flautas e Garoto no banjo, o acompanhava na maioria de suas gravações. Em 1935 gravou com seu grupo Verde e Amarelo o samba canção "Confeitinho descorado", parceria com Assunção Freury e a marcha "Paulistinha", de sua autoria. No ano seguinte gravou de Angelino de Oliveira a canção "Lua cheia" e de Catulo da Paixão Cearense a canção "Luar do sertão" e a toada "Poeta do sertão". Em 1937 gravou com Roberto de Andrade os marabás "Tabajara", parceria com Roberto de Andrade e "Acalanto negro", de Roberto de Andrade. No mesmo ano lançou a toada "Tristeza do Jeca", de Angelino de Oliveira que se tornaria um clássico da música sertaneja. No mesmo período gravou com Nhá Zefa as batucadas "Baiana dengosa", de motivo popular com arranjos de sua autoria e "Olá, "seu" Barnabé", de sua autoria. Em 1938 gravou as valsas "Rutilante estrela" e "Já tens um novo amante", de sua autoria. No mesmo ano gravou de sua parceria com Ariovaldo Pires, o Capitão Furtado, a rancheira "Natal dos caboclos". No ano seguinte gravou as emboladas "Tico-tico" e "Gavião" e "Pombinha branca", de sua autoria. Em 1943 gravou na Continental a valsa choro "Saudades de São Paulo" e o tango canção "Taça da amargura", de sua autoria. Em 1945 lançou a modinha "Perdão Emília", de motivo popular, seu último grande sucesso e a toada canção "Mentirosa", de sua autoria. Em 1949 compôs com Mário Zan a valsa "Minha última serenata", gravada no mesmo ano na Continental. Conhecido como o "Cantor das noites enluaradas", foi um dos artistas mais populares do início do século XX, além de compositor inspirado. Publicou quatro livros : "Lira do Paraguaçu", "O cantor das noites enluaradas", "Cancioneiro do Brasil" e "Buquê de rimas". No carnaval de 1953, conquistou o primeiro e o segundo lugares no Concurso da Prefeitura de São Paulo, com os sambas "Vagabundo" e "Saberei me vingar". Em 1958, comemorando seu Jubileu de ouro, gravou na Colúmbia o LP "Mágoa de um trovador", com 11 composições suas. Em 1960, a Musicolor relançou gravações originais da Colúmbia de 1930 a 1937. Em 1969, gravou na Fermata o LP "Canção de amor", com antigos sucessos acompanhado pelo regional de Carlinhos Mafasoli. Paraguaçu foi o prmeiro cantor paulista a alcançar renome nacional, sem ter se transferido para o Rio de Janeiro.
 

Lambari


                    
Eduardo Pecci, o Lambari
Circa 1930 Rio de Janeiro
Saxofonista. Clarinetista. Compositor. Arranjador. 
Começou a carreira artística na década de 1950 e ingressou na orquestra de Sylvio Mazzucca. Em 1957, participou da gravação do LP "Baile de formatura - Sylvio Mazzucca e sua orquestra" e, no ano seguinte, do LP "Baile de aniversário". Tocou ainda nos LPs "Baile de formatura - Nº 2 - Sylvio Mazzucca e sua orquestra", e "Baile de sucessos", de 1959; "Baile de samba", de 1960, e "Baile de sucessos Nº2" e "Baile latino", ambos de 1961, entre outros. Entre o final de 1958 e início de 1959, integrando a orquestra de Sylvio Mazzucca, participou de mais de 50 bailes de formatura, eventos de destaque na época, além de inúmeros outros bailes apresentados em toda a cidade. Depois de deixar a orquestra de Sylvio Mazzucca, prosseguiu na carreira artística. Em 1983, tocou clarinete nas faixas "Violão de madeira", de Eduardo Gudin, Paulinho Nogueira e Paulo César Pinheiro, e "Coração de Strass", de Paulinho Nogueira e Zezinha Nogueira, para o LP "Água branca", lançado por Paulinho Nogueira, pelo selo Eldorado.  Em 1987, participou do LP "Uma rosa para Noel", no qual gravações originais, realizadas por Noel Rosa entre 1931 e 1933, foram reconstituídas em seus arranjos originais por Edson José Alves e regravados por diferentes instrumentistas, mantendo o vocal de Noel Rosa. Nesse LP, lançado pela Continental, tocou clarinete e sax alto nas faixas "Positivismo", de Noel Rosa e Orestes Barbosa; "Devo esquecer", de Noel Rosa e Gilberto Martins; "Vejo amanhecer", de Noel Rosa e Francisco Alves, e "Mulher indigesta", de Noel Rosa. Tocou apenas sax alto na faixa "Gago apaixonado", de Noel Rosa, e apenas clarineta nas faixas "Coisas nossas" e "Mulher indigesta", ambas de Noel Rosa. No mesmo ano, tocou clarinete nas faixas "Luz negra", de Nelson Cavaquinho e Amâncio Cardoso; "A Flor e o espinho", de Alcides Caminha, Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho, e "Torre De Babel", de Lupicínio Rodrigues, no LP "4 batutas & 1 coringa", lançado por Jards Macalé, pela gravadora Continental/WEA. Foi integrante também da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo e do grupo ClarinETC. Em agosto de 2004, integrando o grupo ClarinETC, participou, na "1900 Pizzeria", em São Paulo (SP), da gravação ao vivo do CD instrumental "Concertos Millennovecento - VOL. 01", lançado pelo selo Brazilbizz Music. Nesse disco, fez os arranjos para todas as faixas e tocou clarinete nas músicas "Sempre", "Tô sempre aí", "K-ximbodega", e "Tudo passa", todas de K-Ximbinho; "Desafinado", de Newton Mendonça e Tom Jobim; "Um chorinho pra você", de Severino Araújo; "De cachimbo", de Domingos Pecci; "Aquecendo", de sua autoria; "Wave", de Tom Jobim, e "Ele e eu", de Pixinguinha e Benedito Lacerda, e sax soprano nas faixas "Carinhoso", de Pixinguinha e João de Barro; "Preciso aprender a ser só", de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, e "Por que não?", de sua autoria.

 

Bonfiglio de Oliveira



Bonfiglio de Oliveira
27/9/1891 Guaratinguetá, SP
19/5/1940 Rio de Janeiro, RJ

Trompetista. Compositor.

Seu pai era contrabaixista da Banda Mafra, de sua cidade natal e lhe ensinou os primeiros passos musicais. Atuou na Banda Mafra por cerca de dois anos e na Banda União Beneficente tocando bumbo. Estudou trompete com o maestro Acosta e passou a integrar por volta de 1906 a Banda Mafra. A convite do sacerdote salesiano Frederico Gióia, integrou a Banda do Colégio São José, onde estudava, aprendendo com ele as primeiras noções de regência e composição. Pouco mais tarde, passou à regência da Banda, datando deste período sua primeira composição, o dobrado "Pe. Frederico Gióia", homenagem ao amigo e mestre. Continuou seus estudos no Ginásio São Joaquim, em Lorena (SP), indo depois para Piquete (SP), onde organizou uma banda que se apresentava pelas cidades da região.
Por volta de 1912, em uma apresentação da Banda na cidade de Barra Mansa (RJ), o maestro e violinista Lafaiete Silva, irmão do flautista Patápio Silva, impressionado com seu talento, convidou-o a se transferir para o Rio de Janeiro.
Considerado um dos maiores instrumentistas de seu tempo, ao lado de Pixinguinha e Luís Americano. Atuou no Grupo da Guarda Velha e nos Diabos do Céu.
No Rio de Janeiro, passou a integrar a Orquestra do Cinema Ouvidor, dirigida pelo maestro Lafaiete Silva e da qual também fazia parte Pixinguinha. Concluiu seus estudos no Conservatório Musical do Rio de Janeiro, e passou a atuar intensamente como trompetista e contrabaixista em diversos cinemas e teatros cariocas. Ingressou, posteriormente, na Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, dirigida na época pelo maestro Francisco Braga. Sua primeira gravação sem data precisa foi "Sonho de maxixe", de sua autoria na Odeon. Também sem data precisa, foi gravada por Edgard Freitas na flauta seu maxixe "O malandrinho", também na Odeon. Em 1918, em sua cidade natal compôs a valsa "Glória", considerada sua grande obra, feita em homenagem a uma grande paixão. Por essa época, participou das primeiras formações do conjunto "Os Batutas". Em 1919, atuou como compositor e diretor de harmonia do desfile do Rancho Ameno Resedá. Em 1925, fez com Pixinguinha e outros músicos uma histórica apresentação no Cine Teatro Central na sua cidade natal de Guaratinguetá acompanhdo pelos dançarinos Duque e Gaby. Em 1928, Francisco Alves e Gastão Formenti gravaram na Odeon, de sua autoria, o maxixe "Não posso comer sem molho". Em 1930 gravou na Brunswick, de sua autoria o choro "Arlete". Ainda em 1930, foi homenageado pelo Presidente Washington Luís, que o presenteou com um pistom de prata com uma inscrição numa chapa de ouro que dizia: "ao maior pistonista do Brasil, Bonfiglio de Oliveira - homenagem do Governo de Washington Luís". No mesmo ano, teve a modinha "Teus olhos castanhos", parceria com Lamartine Babo gravada por Augusto Calheiros na Parlophon.
Em 1931 gravou na Victor a valsa "Terezinha" e o choro "Flamengo", homenagem ao bairro carioca onde morava, ambas de sua autoria. Também em 1931 teve a valsa "Glória", com versos de Branca M. Coelho gravada por Gastão Formenti na Columbia. No ano seguinte gravou o choro "Lembranças do passodo", de sua autoria e a valsa "Mar de Espanha", composta em parceria com Rogério Guimarães e L. R. Evandro. Gravou também, com canto de Luciano Perrone, a valsa "Alvorada", parceria com Orestes Barbosa. Neste mesmo ano, participou da gravação original de "O teu cabelo não nega", de Lamartine Babo e Irmãos Valença, registro histórico da Música Popular Brasileira. Por essa época, atuou com a orquestra da Companhia Arruda com a qual percorreu diversos estados brasileiros. Atuou também com a Companhia Jardel Jércolis, apresentando-se em cidades portuguesas, numa longa temporada. Com a Orquestra do Cassino Atlântico visitou a Itália, França e Espanha - quando foi apontado pelos críticos europeus como um dos maiores trompetistas do mundo. Durante a década de 1930, como solista e integrante de orquestra, atuou no Programa Casé, da Rádio Philips. Em dezembro de 1933 teve a marcha "Carolina", parceria com Hervê Cordovil gravada por Carlos Galhardo na Victor. Essa marcha se tornou grande sucesso no carnaval do ano seguinte. Ainda em 1933, como integrante da Companhia Jardel Jércolis apresentou-se numa das mais afamadas casas de espetáculos da Europa na ocasião, o Coliseu dos Recreios em Lisboa. Apresentou-se ainda na Espanha e na França.
Em 1934 teve de sua parceria com André Filho, a marcha "Chorando", gravada por Aurora Miranda e de sua autoria e Herivelto Martins, a marcha "Mais uma estrela", gravada por Mário Reis. No mesmo ano, atuou com o grupo "Bonfíglio e Sua Embaixada", com o qual participou de algumas gravações com a Dupla Preto e Branco. Em 1935 teve a marcha "Mariana", parceria com Lamartine Babo e o samba "É de verdade", parceria com Herivelto Martins, gravadas por Carlos Galhardo na Columbia.
Em 1936, Carlos Galhardo gravou de sua autoria, a marcha "Madalena". Em 1937 gravou de sua autoria o choro "O que se pode arranjar". No outro lado do disco, a Orquestra Típica Victor gravou, também de sua autoria o choro "Saudades de Guará". No mesmo ano, Ascendino Lisboa gravou a marcha "Margarida" e o maxixe "O teu sapateado", parcerias com Valfrido Silva. Instrumentista de destacada atuação, teve sempre como companheiros extraordinários músicos como Pixinguinha, Donga, Luís Americano, João da Baiana, Luciano Perrone, Luperce Miranda, entre tantos outros grandes nomes da Música Popular Brasileira. Em 1939, fez sua última apresentação na cidade de Guaratinguetá, no Cine Teatro Central tocando com os instrumentistas José da Silva Lacaz, Lauro dos Santos, Sebastião Guimarães, José Meirelles e o conjunto Os 7 Bemóis. Em 1952, sua canção "Flor do ipê" foi gravada em arranjo para baião pelo organista André Penazzi em disco da gravadora Star. Em 1979, foi lançado o segundo disco da série Revivendo, que apresenta suas obras interpretadas por Copinha e seu Conjunto. Em 2001 o mesmo selo Revivendo lançou um CD com fonogramas originais por ele gravados ao lado de Pixinguinha nas décadas de 1910 e 1920. Em 2002, foi homenageado no desfile das escolas de samba de Guaratinguetá, quando a principal instituição carnavalesca da cidade apresentou para platéia numerosa a história de sua vida e de suas glórias na MPB. Em 2003, o selo Revivendo lançou o CD "Bonfíglio de Oliveira" com 21 obras de sua autoria. Nesse disco as valsas "Therezinha" e "Mar de Espanha", e os choros "Lembranças do passado", "Flamengo" e "O que se pode arranjar" estão presentes com interpretações suas em solo de pistão, além dos maxixes "Não posso comer sem molho", cantado em dueto por Gastão Formenti e Francisco Alves com acompanhamento da Orquestra Pan Americana do Cassino Copacabana, e "O teu sapateado", com Walfrido Silva, na interpretação Ascendino Lisboa; os choros "Amoroso", interpretado pelo Quarteto Bruswick; "Isso é nosso" e "Saudades de Guará", pela Orquestra Típica Victor; "Arlete", "Odete" e "Estou amando", pelo Conjunto Típico Brasileiro; e "Triste alegria", por Garoto em solo de bandolim; as marchas "Mais uma estrela", com Herivelto Martins, na voz de Mário Reis; "Chorando", com André Filho, interpretada por Aurora Miranda, e "Margarida", com Walfrido Silva cantada por Ascendino Lisboa; a modinha "Teus olhos castanhos", com Lamartine Babo cantada por Augusto Calheiros; ; as canções "Saudade gaúcha", nas vozes de Gastão Formenti e Sílvio Caldas, e "Frô do ipê", com Nelson de Abreu cantada por Silvio Vieira, e a valsa "Gloria", com Branca M. Coelho na voz de Gastão Formenti. Integrou a Orquestra da Rádio Philips, a Orquestra Tipica Victor, a Orquestra Victor Brasileira, Os Oito Batutas e o grupo Diabos do Céu. Foi sepultado no cemitério Municipal de Guaratinguetá e em sua lápide foi fgeita a seguinte inscrição: "Com a sua arte atingiu a imortalidade".

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Orlando Silveira



Orlando Silveira
Orlando Silveira de Oliveira Silva
27/05/1925  Rincão, SP
22/12/1993 Rio de Janeiro, RJ
Regente. Arranjador. Instrumentista. Compositor.
 O primeiro contato com a música foi aos nove anos, aprendendo cavaquinho. Três anos depois, por influência do pai,  trocou o cavaquinho pelo acordeom. Mas foi somente aos 17 que teve as primeiras noções de teoria musical. Pouco depois, mudou-se para São Paulo a fim de tentar a carreira artística. Em 1983, dez anos antes de morrer, formou-se em Direito pela Universidade Gama Filho.
Chegou no Rio de Janeiro, em maio de 1951, pelas mãos de Luiz Gonzaga, e participou do Regional de Canhoto (Valdiro Tramontano).
A época foi fértil para o aperfeiçoamento teórico, pois estudou com Leo Peracchi, Henrique Morelenbaum e Hans Koellreuther.
De 1956 a 1974, trabalhou na Odeon, escrevendo arranjos para os artistas da gravadora. No ano de 1962, ao lado de vários artistas, correu a Europa e o Oriente Médio, apresentando-se pela V Caravana Oficial da MPB, projeto criado pela Lei Humberto Teixeira.
Em 1988, foi o arranjador e maestro de mais de 50 músicas incluídas no álbum duplo "Há sempre um nome de mulher", produzido por R. C. Albin para a Campanha de Aleitamento Materno e do qual se venderam cerca de 600 mil cópias, nas agências do Banco do Brasil espalhadas em todo o país.
Dono de uma técnica impecavel, Orlando foi com certeza um dos maiores acordeonistas do Brasil.
Um disco bacana para se ouvir é "Ontem hoje e sempre" com o extraordinario Neco na guitarra; a dupla de ouro dos violões  Meira e Dino; Canhoto no cavaquinho; Sérgio Barroso no baixo; o incansável Tião Marinho também no baixo,Gilson de Freitas, Jorge Silva e Risadinha no ritmo e finalmente o grande baterista  Wilson das Neves.