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terça-feira, 7 de julho de 2015

Walmir Gil



Walmir Gil
Walmir Gil é um dos trompetistas mais requisitados atualmente e já gravou com cantores como Caetano Veloso, Gal Costa e músicos como o pianista César Camargho Mariano.
Com o amigo Anilor Azevedo, o Proveta, fundou a elogiadíssima Banda Mantiqueira. Tocou por muitos anos com o cantor Djavan e já esteve ao lado de grandes nomes da música brasileira. Recentemente, lançou seu primeiro CD-solo. "Foi por acaso", brinca ele. Dono de uma trajetória sólida, Walmir Gil é um dos mais renomados instrumentistas brasileiros.
A música sempre esteve presente na vida do trompetista. Ele conviveu com estímulos musicais muito fortes, já que o avô, Sebastião Gil, era regente de bandas civis e militares e regia um grupo chamado Lira Musical Pedro Salgado. "Eu o acompanhei desde os 5 anos. Como sempre lidou com a música, mesmo depois de se aposentar da carreira militar, passou a dar aula de música em casa", conta o trompetista.
Ainda criança, ele sabia que a música estava em seu caminho. Algum tempo depois, aos 6 anos, Gil desafiou o avô: "Eu sei fazer essa lição", apontando para a trompa,. "Ele falou para eu ir brincar com outras crianças, mas insisti, até ele deixar. Fui bem claro com ele: 'Se eu não conseguir ler a partitura, nunca mais falo disso'", conta o músico. Instigado pela curiosidade o avô deixou. E qual não foi a surpresa quando Gil dedilhou bem o instrumento. "Aprendi de tanto ouvir e prestar atenção durante as aulas de leitura e teoria musical lá em casa", justifica.
Já aos 13 anos, integrou a Banda Mirim de Rudge Ramos, no ABC paulista. Mudou-se para Santos e, depois para São Paulo, quando passou a ser requisitado para integrar grupos com profissionais tarimbados, como o Maestro Branco, que animava as noitadas do saudoso Ópera Cabaré. Quando fez parte da banda do 150 Night Club do hotel Maksoud, na capital paulistana, pôde acompanhar nomes respeitáveis da música como Benny Carter, Anita O'Day, Paquito D'Rivera, entre outros. Para completar o currículo, dos músicos brasileiros, tocou com César Camargo Mariano, Fafá de Belém, Caetano Veloso, Djavan (a quem acompanhou em turnês), Gal Costa, Cauby Peixoto e Rosa Passos, uma lista enorme que comprova que Gil nasceu mesmo para o trompete.
A história de Gil com esse instrumento tem fortes influências familiares, já que ele vem de um clã musical, com parentes que até se tornaram virtuosos, segundo ele, mas não dedicaram suas carreiras integralmente à música. Seguindo a linhagem do DNA musical, dos seis filhos de Gil - ambém conhecido como Nego Véio -, um deles, o primogênito William Gil "Zulu", está terminando seu primeiro CD, em que o pai participa; outro, Rafael, estudou guitarra, mas agora se dedica à faculdade de engenharia da computação. "Acaba sobrando pouco tempo para a música", diz o pai Gil, que nunca forçou os filhos a seguirem a mesma carreira.. "Só exijo que eles estudem, porque em qualquer área é presiso. Sempre os deixei livres, como meu pai e meu avô fizeram."
Depois de muito tempo de estrada, Gil resolver estudar música de forma acadêmica. Apesar de tanta experiência, sentia falta de um conhecimento teórico, até para se preparar para passar adiante sua técnica aos mais jovens. Formou-se pelo Mozarteum Paulista e tentou vaga de mestrado na Escola de Comunicações a Artes da Universidade de São Paulo (USP), em meados doa anos 80. O diretor da escola chegou a elogiar o desempenho do trompetista na prova, e o nível de familiaridade com o instrumento. "Havia alguns cursos, na época, mas curiosamente, nenhum de música popular brasileira, o que eu gostaria de fazer", diz o músico. "Tentei na USP e, quando o diretor me perguntou sobre qual tema eu gostaria de defender tese, respondi: 'O trompete na música popular brasileira'. Ele logo negou. Acabei não fazendo, mas hoje existem universidades com a cadeira música popular brasileira", lembra Gil, que sempre teve uma forte veia de professor: ministra freqüentemente oficinasa de música em festivais e escolas. "Com a Internet, há escolas fazendo intercâmbio com grandes faculdades e a turma jovem aprende muito mais rápido, porque tem mais conhecimento à disposição." Mas ele avisa: "É só na prática que vamos pegando os macetes, conhecendo a rotina".

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