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terça-feira, 20 de maio de 2014

Elias Slon


Elias Slon
(1919-2009)

Um príncipe do violino e sua paixão pela bailarina

ESTÊVÃO BERTONI
A moça na plateia foi ver a irmã pianista tocar, mas havia um certo rapaz no palco com um violino, e ela não conseguiu desgrudar os olhos dele.
 Elias Slon redobrou-se de atenção: tinha de atacar o instrumento e retribuir os olhares da mulher com quem viveria por 64 anos. Conheceram-se ali, quando ela, uma bailarina de nome Aida, foi falar com ele após o concerto.
 Isso foi na Argentina, onde ambos nasceram. De família musical, desde os quatro anos Elias já andava enroscado com o violino. Aos 29, entrou para a orquestra do teatro Colón, em Buenos Aires.
 Sete anos depois, desligou-se do grupo e montou o quarteto Los Príncipes del Violín, que se apresentou no Chile, Uruguai e sul do Brasil, país pelo qual se apaixonou.
 Em 1957, veio a SP com a família. Tocou na Filarmônica de SP, na Sinfônica da USP (Osusp) -onde ficou por 25 anos como "spalla" (líder)- e na Orquestra Jazz Sinfônica.
 Para os amigos da Osusp, Elias era um solista brilhante.
 Participou de gravações de artistas como Elizeth Cardoso, Dick Farney e Maysa.
 Em 2002, o filho Cláudio, baterista que gravou com Jobim, Sinatra e Sergio Mendes, morreu de câncer. Sua mulher morreu três anos depois, deprimida com a perda do filho e de uma neta. Como conta o filho Daniel, Aida era o grande amor da vida do pai.
 "Ele vivia em função dela."
 Com a morte da mulher, dizia que sua vida não fazia mais sentido. Há oito anos sem tocar, impedido pela idade avançada, morreu em 26 de outubro de 2009 aos 90, de falência de órgãos, em Valinhos (SP). Teve dois filhos e três netas.
 

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