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terça-feira, 4 de março de 2014
Nonô
Romualdo Peixoto, O Nonô
07.02.1901
-13.11.1954.
Nascido em Niterói - RJ, sem nunca haver estudado música, aos nove anos já se apresentava, tocando piano, em um clube. Tio do sambista Ciro Monteiro, do pianista Moacir Peixoto, do trompetista Araquém Peixoto e do cantor Caubi Peixoto, por volta de 1928 integrou a Orquestra Brunswick, liderada pelo baterista J. Tomás.
No inicio da década de 1930, participou de diversos conjuntos e orquestras. Com Djalma Guimarães (trompete), Ismerino Cardoso (trombone), Valfrido Silva (bateria), Luperce Miranda (cavaquinho e bandolim), Tute (violão) e Custódio Mesquita (piano), integrou a orquestra que acompanhava as apresentações de Francisco Alves e Mário Reis, no Teatro Lírico, no Rio de Janeiro. Atuava também na Rádio Philips, no Programa Casé, acompanhando os grandes cartazes do rádio, entre os quais Silvio Caldas, Luis Barbosa, Noel Rosa e Marília Batista.
Em 1932, com Noel Rosa, Mário Reis e Francisco Alves, excursionou a Porto Alegre RS, onde se exibiu no Cine-Teatro Imperial. Nessa viagem, fez com Noel Rosa o samba Vitória, criticando veladamente o cantor Francisco Alves, que não ficou ofendido e até participou do coro, quando a composição foi gravada por Silvio Caldas na Odeon, em 1933.
Em 1932, gravou na Columbia, interpretando ao piano o choro de sua autoria Uma Farra em Campo Grande. Participou da gravação de centenas de discos, como pianista de diversos conjuntos de estúdio, entre os quais Bambas do Estácio, Orquestra Copacabana (da Odeon), Gente Boa (da Odeon) e Gente do Choro.
Em 1933, embora seu nome não apareça no selo, acompanhou Mário Reis no disco da Columbia que incluía os sambas Esquina da vida (Noel Rosa e Francisco Matoso) e Meu barracão (Noel Rosa). De 1933 são, ainda vários discos da Odeon em que participou, acompanhando cantores famosos da época, nos sambas: Mulato bamba (Noel Rosa), gravado por Mário Reis com a orquestra Copacabana; Estamos esperando (Noel Rosa), gravado por Mário Reis e Francisco Alves, com o conjunto Gente Boa; Rir (José de Oliveira), gravado pela dupla Mário Reis e Francisco Alves, com o Gente Boa; Arranjei um fraseado (Noel Rosa), gravado pelo autor; Tristezas não pagam dividas (Ismael Silva), gravado por Francisco Alves, com o conjunto Gente Boa etc,
No ano seguinte, seu nome constou no selo de um disco da Victor, com as gravações de Alô, Moçoró! (Mário Travassos de Araújo), samba interpretado por Silvio Caldas e Luis Barbosa, e acompanhado por ele no piano e por Luis Barbosa no chapéu de palha, e de Cheio de saudade (Mário Travassos de Araújo), samba com os mesmos intérpretes e acompanhamento.
Como compositor, fez Perto do céu (com Francisco Matoso), gravado por Silvinha Melo, na Victor, cm 1935; Vai-te embora (letra de Francisco Matoso), gravado por Mário Reis para o Carnaval de 1936, e ainda as valsas Cigana (com Paulo Roberto), gravada na Odeon, em 1937, e Jardim das flores raras (com Francisco Matoso), gravada, na Odeon, em 1938. Apelidado por César Ladeira de "O Chopin do Samba", atuou sobretudo nas décadas de 30 e 40, quando foi um dos mais destacados pianistas de samba, com execuções que marcaram época pelo sentimento, emotividade e intuição. Na década de 50, já estava afastado dos meios musicais e era funcionário da Secretaria da Viação e Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro. Em 1954, pouco antes de morrer, doente e sem recursos, foi homenageado num festival, promovido em Niterói RJ por artistas do rádio e do disco. Em 1957, o pianista Fats Elpídio gravou o LP de dez polegadas Recordando Nonô, na Victor, executando suas composições.
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