Cândido Pereira da Silva, O Candinho Trombone
30/1/1879 Rio de Janeiro, RJ
12/12/1960 Rio de Janeiro, RJ
Tocava também violão, instrumento onde geralmente compunha suas obras. Filho de Jerônimo Silva e Rosa Pereira. Presume-se que tenha iniciado seus estudos musicais com o pai, também chorão, flautista e compositor. Nasceu na Rua Martins Lage, no Engenho Novo. Durante sua infância e juventude, residiu no Asilo dos Meninos Desvalidos, em Vila Isabel, localizado hoje onde fica o Colégio João Alfredo. Neste colégio sofreu grave acidente que resultou em uma lesão no olho esquerdo, o que lhe causaria problemas durante toda a vida. Sua iniciação profissional foi na Banda do Asilo, instituição de onde saíram tantos outros músicos, como Francisco Braga, Paulino Sacramento e Albertino Pimentel. Casou-se com Hermínia Paula, com quem teve duas filhas: Isolina Pereira da Silva e Aurenice Pereira da Silva. A elas dedicou duas polcas e uma valsa, hábito que manteve durante toda a vida. Perdeu a esposa em 1906, casando-se dois anos depois com Adozinda. Com o falecimento de Adozinda em 1937, viveu entre os anos de 1941 e 1942 com Delmira, deixando-a para casar-se com sua aluna de violão Silvia Viana, união que se manteve por nove anos. Mudou-se para Pilares e depois para Bangu. Em 1957, transferiu-se definitivamente para o subúrbio carioca do Encantado, onde viveu cercado de suas filhas, netos e bisnetos.
Foi contramestre da banda de música da Fábrica de Tecidos Confiança situada em Vila Isabel, que serviu posteriormente de fonte de inspiração para Noel Rosa no samba "Três apitos". Integrou a Banda da Polícia Militar, onde ocupou o posto de sargento. Conviveu desde a juventude com famosos chorões, entre os quais Irineu de Almeida, Anacleto de Medeiros, Quincas Laranjeiras, Donga, Pixinguinha, entre outros. Em 1915, o grupo O Passos no Choro gravou sua polca "Soluçando", considerada uma das grandes obras do choro pelo estilo arrojado de sua construção. Na gravação, além do trio básico de flauta, violão e cavaquinho, observa-se um contraponto de trombone, criado e executado pelo próprio autor. Considera-se que ao lado de Pixinguinha tenha sido o formalizador do choro de 32 compassos. Integrou o Grupo Malaquias e, em 1918, formou com Antônio Passos (flauta), Nelson Alves (cavaquinho) e Donga (violão) o Conjunto Carioca, grupo responsável por inúmeras gravações. Em 1933, passa a integrar por concurso os quadros da Orquestra do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, lá permanecendo até sua aposentadoria, em 1951. Amigo de Pixinguinha e Jacob do Bandolim, foi certa vez surpreendido em seu aniversário pela chegada destes e outros músicos que em sua homenagem improvisaram um choro, que resultou na obra "É isso mesmo". Deixou uma extensa obra, composta em sua maioria por choros, entre os quais se destaca "O nó", famoso pelo exercício de virtuosismo que propõe aos executantes. O arquivo musical de Candinho Silva foi por ele cedido a Jacob do Bandolim, que foi incorporado ao acervo do Museu da Imagem e do Som.
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