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quarta-feira, 26 de março de 2014
Manuel Gusmão
Manuel Gusmão
Sem Data de nascimento
15/04/2006
Comparado pelo All Music Guide a Ron Carter e Richard Davis, influenciado por Percy Heath e Ray Brown, Gusmão mostrou toda a sua classe nos dois discos do Copa 5, relançados em CD pelo selo Dubas. Sua execução limpa, precisa e segura, altamente jazzística, diferenciava-se da técnica rudimentar de outros baixistas da bossa. Além do mais, ele sabia orientar o posicionamento do microfone. Por isso, nenhum outro disco daquela época trazia um som de contrabaixo superior ao encontrado em “O som” e “O novo som”. Liderando seu próprio trio, ao lado de Edison Machado e do pianista Moacir Peixoto, Gusmão rumou para os EUA e depois para o México, onde viveu durante quatro anos. “Fiquei amigo do principal empresário mexicano, Rogelio Villa Real, sócio da cadeia de hotéis Camiño Real e de um local marvailhoso chamado El Señorial, que abrigava nada menos que cinco casas de shows. Depois da Copa de 70, aí a coisa explodiu de vez, só dava Brasil”, contou-me em 2001, em depoimento utilizado no texto para o CD “Carlos Lyra...Saravá!”
Excursionou pela Europa e, após temporada na Alemanha, voltou ao Brasil em 1975, quando conheceu Aparecida. Passou a tocar com João Donato e Edison Machado no Breguete, o mais punk clube de jazz do Brasil, em cima de um posto de gasolina na entrada de Petrópolis, onde o impacto de ouvir aqueles músicos marcou a minha infância. Reencontrei Gusmão em 1981, tocando no restaurante Parky’s (de Marly Sampaio e Lucia Sweet), em São Conrado. Depois veio a fase de ouvi-lo todas as noites em suas temporadas nas boates Calígula (por volta de 85), People, Club 1 (em trio intimista, sem bateria, ao lado de José Roberto Bertrami e Maria Fattoruso em 93), Noturno (com Edson Frederico) e finalmente no Guimas, já no novo milênio. Também excelente cantor, vidrado em Sinatra e Nat King Cole, sabia de cor todos os standards.
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