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segunda-feira, 8 de setembro de 2014
João Carrasqueira
João Dias Carrasqueira
* 03/04/1908 Paranapiacaba, SP, Brasil.
† 14/05/2000 São Paulo, SP, Brasil.
Instrumentista, arranjador, compositor.
João Dias Carrasqueira é um caso raro de instrumentista que se sentia à vontade no choro, na seresta, na música barroca, na música clássica e na música erudita moderna, brasileira ou estrangeira. Mais que isso: era um músico respeitado e admirado em todos esses ambientes.
O que pregava como professor, aplicava como músico: tinha um som límpido, próprio – que sabia variar conforme executava os clássicos ou os populares – em particular o choro.
Do lado da música clássica, suas conquistas não foram pequenas:
solista da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo nas comemorações do quarto centenário da cidade, em 1954
solista da obra completa de Mozart para flauta com a Orquestra Sinfônica de Amadores de São Paulo em 1964
solista da obra completa para flauta de Camargo Guarnieri, tendo o compositor ao piano e o acompanhamento da Orquestra Filarmônica de São Paulo, em 1965
solista do ciclo integral das sonatas, e da obra para flauta e orquestra de Johann Sebastian Bach, em 1966
Tinha igual apreço pelos contemporâneos, e ajudou a divulgar obras contemporâneas como uma peça para flauta e fita magnética, do compositor Bruno Maderna.
Do lado da música popular, era o flautista que Pixinguinha procurava quando se apresentava em São Paulo. Era um improvisador hábil – capaz de criar novos elementos sonoros para uma composição, tanto quanto executar variações sobre a melodia.
Mas desde os tempos em que era conhecido como “Canarinho da Lapa”, ainda bem jovem, foi um incansável criador e solista de grupos de choro e seresta.
Nunca teve grande apreço pelo disco, e suas participações são ínfimas se comparadas à sua presença na cena musical paulistana e brasileira.
João Dias Carrasqueira teve uma carreira semi-profissional até 1964, quando se aposentou de seu trabalho como pintor de murais na São Paulo Railway e resolveu dedicar-se à música de tempo integral.
Na área musical, seguiu três caminhos distintos porém complementares: músico popular, músico de concerto, e professor.
Na música popular, iniciou-se nas orquestras do cinema mudo, passou pelo rádio, chegou a formar um trio com Garoto e o cantor Aymoré, e participou de diversas orquestras e regionais do rádio regionais, como o de Armandinho Neves.
Longe dos holofotes e dos discos, foi presença constante e requisitada nas noites de São Paulo. Nos meios de choro, foi conhecido como “Canarinho da Lapa”, em referência ao bairro onde morou durante grande parte da vida.
Como músico erudito, ainda na juventude, organizou uma pequena orquestra de concertos e um grupo de músicos para apresentar operetas.
Dedicou-se a divulgar o repertório clássico para a flauta, à época bem pouco conhecido. Um marco nessa iniciativa foi a apresentação da obra completa de Mozart para flauta com a Orquestra Sinfônica de Amadores de São Paulo. Fez o mesmo para a obra de flauta de Camargo Guarnieri, acompanhado do compositor ao piano.
Mas João não se restringiu às formações amadoras; participou de orquestras importantes, regidas por Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Eleazar de Carvalho.
Em 1984, gravou seu primeiro e único LP popular, ao lado da filha, a pianista Maria José Carrasqueira.
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