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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Levino Ferreira



Levino Ferreira da Silva 
O Maestro Levino Ferreira da Silva nasceu no dia 2 de dezembro de 1890, numa modesta casa da antiga Rua da Lama, na cidade de Bom Jardim - terra dos Pau darcos, berço natal de grandes musicistas - em Pernambuco.
Era filho de João Ferreira da Silva e de Maria Bemvinda do Amor Divino.
Começou a estudar música muito cedo e aos 10 anos de idade o povo já o admirava porque já compunha.
O primeiro instrumento que aprendeu a tocar foi a Trompa, na Banda do maestro Tadeu Ferreira.
Estudou com os professores José Ferreira de Souza Sedícias, Ascendino da Mota Silveira, Cazuza Ferreira e Pompeu Ferreira.
Em todo seu aprendizado só fora preciso receber 80 aulas, daí por diante ele aprendeu sozinho.
Aprendeu a tocar todos os instrumentos de uma banda, tomando o lugar de qualquer músico que faltasse aos ensaios ou às apresentações em público.
Em 1912, o Mestre Vivo - apelido pelo qual era conhecido por ter sido considerado morto quando contava 12 meses de idade - era diretor e regente  da Banda Musical 22 de Setembro.
Exerceu as funções de Maestro nas cidades de Bom Jardim, João Alfredo, Salgadinho, Limoeiro e na antiga Queimadas, viajando a cavalo.
Aos 36 anos de idade, Levino Ferreira casou-se com a senhorita Almerinda Amélia da Silva, de 21 anos, na Igreja de João Alfredo, no ano de 1926, celebrado pelo padre João Pacífico.
Depois de casado só passou seis meses em Bom Jardim porque o General do Frevo, José Gonçalves Júnior - mestre Zumba - o levou para Limoeiro para reger a banda Independência.
Em Limoeiro, ele ministrou aulas de Piano, Violão, Bandolim e Violino; dentre os seus inúmeros alunos, citamos Carminha Negromonte, Dona Lia Mota, Lourdinha Heráclio, Geralda Magalhães, Antônio José de Oliveira (mestre Caramuru).
Ainda em Limoeiro, organizou orquestras de frevo e ensaiava de portas fechadas no local onde é hoje a gráfica do senhor Antônio Demétrio.
Depois de residir nove anos em Limoeiro, o mestre Zumba o carregou novamente, desta vez para o Recife, tendo feito parte da Orquestra de Frevos da Rádio Clube de Pernambuco, onde tocou Clarinete, Trombone de vara, Pistom e Trompete.
A convite do maestro Vicente Fitipaldi foi para Orquestra Sinfônica do Recife, onde foi Fagotista.
Nessa época escreveu a sua grande obra: A Dança do Cavalo Marinho, especialmente para Orquestra Sinfônica do Recife, que fê-lo famoso no mundo inteiro.
Considerada música erudita de tema do folclore pernambucano, foi apresentada pela Orquestra Sinfônica do Recife, pela Grande Orquestra da P.R.A.8 -, dirigida por Felipe Caparrós, pela B.B.C. de Londres e pela Orchestre Symphonique International em Paris, em 12/2/1958, sob a regência do maestro Mário Câncio.
Na Orquestra da Rádio Clube de Pernambuco participou do Quarteto Ladário Teixeira, sob a direção de Felinho. Seus componentes eram: Felinho - Sax alto; Zumba - Sax tenor; Antônio Medeiros - Sax alto; Levino Ferreira - Sax barítono.
Em 1945, quando da chegada ao Recife do dirigível Graf-Zepellin, o seu comandante assistiu a uma apresentação do quarteto e se mostrou deveras entusiasmado, levando para o velho mundo a melhor de suas impressões.
No dia 9 de janeiro de 1970, no Real Hospital Português, na cidade do Recife - Pernambuco -, rodeado de parente e amigos, o grande compositor fechou os olhos, rumando em direção a uma das outras moradas da casa do excelso Pai.
Após o seu desenlace, a viúva Almerinda Amélia da Silva recebeu a medalha de Honra ao Mérito que a ele foi deferida.
Viveu e morreu pobre, deixando como única e inalienável riqueza, toda sua obra composta de Valsas, Frevos, Maracatus, peças folclóricas e religiosas, que, para desgosto de todos nós, não conhecemos a sua totalidade.

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