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segunda-feira, 8 de setembro de 2014
Rosinha de Valença
Rosinha de Valença
Maria Rosa Canellas, conhecida por Rosinha de Valença, (Valença, 30 de Julho de 1941 - 10 de Junho de 2004) foi uma violonista, cantora e compositora brasileira. O nome artístico lhe teria sido dado por Sérgio Porto, que dizia que ela tocava por uma cidade inteira[1].
Um gravíssimo problema de saúde a retirou definitivamente do mundo artístico em 1992.
Violonista concertista, cantora, e compositora nascida em Valença, no interior do Estado do Rio de Janeiro, Rosinha de Valença foi um dos mais importantes nomes femininos da música popular brasileira e considerada uma das matrizes instrumentais da bossa nova.
Ainda criança começou a se interessar pelo violão, assistindo aos ensaios do conjunto regional de seu irmão, Roberto. Incentivada por esse irmão, começou a estudar violão sozinha, ouvindo músicas de rádio e, aos 12 anos, com técnica impressionante, já tocava na rádio da cidade e animava festas e bailes da região. Deixou os estudos para dedicar-se inteiramente à música1 e, em 1963, mudou-se para o Rio. Descoberta pelo jornalista Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, que a apresentou a Baden Powell e Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet. De Sérgio, ganhou o nome artístico de Rosinha de Valença. Na descrição entusiasmada do jornalista, Rosinha tocava por uma cidade inteira.
Passou a tocar na boite Bottle's, onde ficou por oito meses, e gravou seu primeiro disco, Apresentando Rosinha de Valença (1963), pela gravadora Elenco, pertencente a Aloysio. Destacou-se como excelente instrumentista, apresentando-se em programas de televisão como O Fino da Bossa, ao lado de Baden Powell, mestre de seu estilo no instrumento. Sua atuação com Baden foi fundamental para o rumo instrumental que a bossa nova veio a desenvolver.1
Viajou (1964), excursionou pelos Estados Unidos com Sérgio Mendes e seu grupo "Brasil 65" e mais Chico Batera, Jorge Ben, Wanda Sá e Tião Neto. O grupo gravou dois discos. Seguiu depois para a Europa como solista de um grupo formado pelo Itamaraty, para divulgar a música popular brasileira no exterior, apresentando-se em 24 países europeus. Rosinha passou também uma temporada em Paris, com uma bolsa de estudos da Embaixada da França. Em 1967, foi a violonista do show Comigo me desavim, de Maria Bethânia.1
Depois de sucessivas viagens e apresentações na URSS, Israel, Suíça, Itália, Portugal e países africanos, voltou ao Brasil em 1970 e engajou-se em movimentos de valorização da música instrumental do Brasil.
A artista retornou ao Brasil em 1971 e passou a produzir discos de Martinho da Vila, participando de seus quatro LPs. Também produziu discos, dos quais participou igualmente como instrumentista, Nara Leão, Maria Bethânia e Miúcha, entre outros, e trabalhou com grandes nomes da música internacional, como o saxofonista Stan Getz e a cantora Sarah Vaughn. Depois voltou para a França.
De volta ao Brasil em 1974, organizou uma banda que teve várias formações e contou com a participação de artistas como o pianista João Donato, o flautista Copinha e as cantoras Ivone Lara e Miúcha. Por sua atuação, ganhou um prêmio da Ordem dos Músicos do Brasil. Nos anos seguintes apresentou-se em diversos shows, ao lado de sua banda ou sozinha e acompanhando outros artistas. Gravou mais de uma dezena de LPs, editados no Brasil, EUA, Alemanha e França, por várias gravadoras, entre as quais RCA, Odeon, Forma, Pacific Jazz e Barclay.
Um dos momentos marcantes de suas gravações foi Violões em Dois Estilos, gravado com Waltel Branco, pela Som Livre (1980), com repertório bastante eclético, com faixas como "Porto das Flores" (de sua autoria), "Asa Branca" (de Luís Gonzaga e Humberto Teixeira), "Morena do mar" (de Dorival Caymmi), "Ponteio" (W. Blanco), "Minueto e Prelúdio nº 13" (J. S. Bach).
Quando sofreu a parada cardíaca (1992) que lhe causou uma lesão cerebral e a deixou em coma, ela estava de férias no Brasil. Desde então, Rosinha permaneceu em estado vegetativo e foi levada de volta para Valença. Dois anos após entrar em coma, um grupo de artistas realizou um show beneficente no Canecão para ajudar a custear suas despesas médicas.
Rosinha de Valença ficou doze anos em estado de coma. Ela vivia em estado vegetativo desde 1992, quando uma parada cardíaca provocou uma lesão permanente no cérebro da violonista. Dois anos após entrar em coma, um grupo de artistas realizou um show beneficente no Canecão para ajudar a custear as despesas médicas da violonista. Foi uma das várias apresentações realizadas para ajudar e manter a memória da artista. Os primeiros oito anos do coma Rosinha passou na casa da irmã mais velha, Mariló, que veio a falecer. Depois disso, a violonista passou a morar com a irmã mais nova, Maria das Graças, em um bairro humilde de Valença. Afinal, numa quinta-feira, 10 de junho de 2004, a vilonista morre, por insuficiência respiratória, aos 62 anos, em sua cidade natal. Na noite de quarta-feira, fora internada no Hospital Escola Luiz Giosef Jannuzzi, onde faleceu na primeira hora do dia seguinte.
Em 2002, durante entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a irmã da instrumentista contou que sofria muito em vê-la imobilizada, movendo apenas os olhos. Mas, ainda que a Justiça permitisse, descartou a possibilidade de eutanásia.
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