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segunda-feira, 4 de abril de 2016

Georges Moran



Georges Moran
5/7/1900 São Petesburgo, Rússia
 7/10/1974 Rio de Janeiro, RJ
Maestro. Compositor. Na Rússia estudou piano e violino. Judeu russo, imigrou para a Alemanha em 1923, onde se casou. Com a subida dos nazistas ao poder fugiu para a França em 1934, viajando para o Brasil no mesmo ano. Foi sócio do Sindicato dos Músicos e um dos fundadores da UBC e da ABCA, entidades arrecadadoras de direitos autorais. Em 1969, tornou-se um dos primeiros músicos populares a obter a aposentadoria. Passou os seis últimos anos de vida vivendo de forma precária em São Paulo em moradia modesta. Acometido de derrame cerebral foi acudida pela filha e transferido para o abrigo Lar João XXIII onde veio a falecer.
Chegando ao Brasil em 1934, iniciou a carreira artística como instrumentista tocando balalaica sendo chamado de artista excêntrico. Tocando piano e violino fez parte de diversos pequenos conjuntos. Trabalhou em revistas teatrais e fez shows em cassinos, além de atuar em estações de Rádio. Logo fez parceria com Osvaldo Santiago com quem compôs suas primeiras músicas no Brasil. Suas primeiras composições gravadas foram o fox-canção "Vinte e quatro horas sem amor", e a valsa "Meu sonho é só meu", parcerias com Osvaldo Santiago, e lançadas por Carlos Galhardo na Victor. Em 1938, Vicente Celestino gravou na Victor a valsa-canção "Madona", com Manoel da Nóbrega, enquanto Orlando Silva, então em pleno sucesso, lançou também pela Victor a valsa "Balalaika", com Armando Fernandes. Em 1939, teve duas composições gravadas por Nuno Roland na Odeon a valsa-canção "Manon", com Osvaldo Santiago, e o fox-blue "Rosali", e mais duas por Cândido Botelho na mesma gravadora: a valsa-canção "Fosse eu dono da tua boca", e a valsa "Canta guitarra", ambas em parceria com Osvaldo Santiago. Nesse ano, Roberto Paiva gravou na Odeon a valsa "Sim... És... Tu", e o fox-blue "Apaixonei-me outra vez", esta última, parceria com Osvaldo Santiago, e que se tornou um dos sucesso do ano. Uma outra composição foi registrada por Dircinha Batista e lançada no início do ano seguinte para o carnaval: a marcha "Katucha", com Osvaldo Santiago. Também em 1939, Carlos Galhardo gravou na Victor o fox-canção "Linda butterfly", a valsa "Perfume de mulher bonita", e o fox "Dia há de chegar", todas com Osvaldo Santiago, enquanto Orlando Silva, também na Victor, registrou o fox "Como tu ninguém", com Manoel da Nóbrega, e o fox "Zíngaro", e Cândido Botelho na Odeon a valsa-canção "Fosse eu dono da tua boca" e a valsa "Canta guitarra", ambas com Osvaldo Santiago. No início de 1940, teve gravadas suas primeiras parcerias com o poeta J. G. de Araújo Jorge, a valsa "Ao som das balalaicas", seu maior sucesso, e o fox-canção "Moreninha linda", ambas na voz de Nuno Roland. Nesse ano a dupla caipira Alvarenga e Ranchinho gravou na Odeon a rancheira "Brasileiro apaixonado", com Osvaldo Santiago. Ainda em 1940, Sílvio Caldas gravou na Victor a valsa "Kátia", com Victor Bezerra, e Carlos Galhardo, também na Victor, lançou as valsas "Dois navios", com Victor Bezerra, e "Confissão", com Manoel da Nóbrega. Em 1941, na Victor, Sílvio Caldas gravou a valsa "Se tu soubesses", com Cristóvão de Alencar. Já pela Odeon, Newton Teixeira lançou a valsa "Se tudo fosse meu", também com Cristóvão de Alencar. No ano seguinte, ainda na Victor, Carlos Galhardo lançou a valsa "A mulher que eu tanto adoro", com Mário Rossi. Para o carnaval de 1942, a marcha "Eu tenho um cachorrinho", com Osvaldo Santiago, foi gravada na Odeon por Emilinha Borba. Em 1943, o trio vocal Trigêmeos Vocalistas gravou na Columbia o fox "A minha namorada Juju", com Freitas Guimarães. Nesse ano, na Odeon, foram gravadas duas parcerias com o poeta J. G. de Araújo Jorge, o fox-canção "Primavera em flor", na voz de Odete Amaral, e a valsa "Será verdade?", no registro de Orlando Silva, que também gravou o fox "Podes mentir", com Aldo Cabral. Ainda em 1943, Francisco Alves lançou na Odeon a valsa-canção "Ainda serás minha", com Cristóvão de Alencar, ennquanto os Anjos do Inferno registraram na Continental a rumba "Praia mulher", com J. G. de Araújo Jorge, e os Trigêmeos Vocalistas na mesma gravadora lançaram o fox "A minha namorada Juju", com Freitas Guimarães. Nessa mesma época, uma valsa sua ganhou letra de David Nasser com o nome de "Exilidade" sendo gravada por Carlos Galhardo sendo assim uma espécie de autobiografia dele que tinha vindo se exilar no Brasil. Em 1944, teve gravadas a valsa "Oi, iaiá baiana", com Freitas Guimarães, por Francisco Alves, o paso-doble "Carioca", com J. G. de Araújo Jorge, pelos Trigêmeos Vocalistas, e a valsa "Toureador", com Osvaldo Santiago, por Odete Amaral e Quarteto de Bronze, as três na Odeon, além da valsa "Indiferença", com J. G. de Araújo Jorge, na voz de Carlos Galhardo, na Victor. No ano seguinte, na Odeon, os Trigêmeos Vocalistas registraram o fox "Os três mosqueteiro", com Freitas Guimarães. Em 1946, o fox "Francesinha", com letra de Osvaldo Santiago foi registrado na Odeon pelos Trigêmeos Vocalistas que lançaram também, visando o carnaval seguinte, a marcha "Volga, volga", com letra também de Osvaldo Santiago. Orlando Silva gravou na Odeon em 1947, a valsa "Perdoa, meu amor!", com J. G. de Araújo Jorge, e logo em seguida a valsa "Maldito amor", com Cristóvão de Alencar. Em 1953, mostrando já estar bem ambientado à musicalidade brasileira depois de quase 20 anos no Brasil, compôs o samba "Perversa" gravado na RCA Victor por Gilberto Milfont. No mesmo ano, compôs o samba "Ninguém te afastará de mim", com letra de J. G. de Araújo Jorge, gravado por Carlos Galhardo na RCA Victor. Em 1954, a valsa "Aconteceu assim", com Osvaldinho, foi lançada na RCA Victor por Carlos Galhardo, enquanto Francisco Carlos na mesma gravadora lançou o bolero "Ela me beijava", com Carlos Barroso. No ano seguinte, seu bolero "Bella madonna", foi registrado por Carlos Galhardo. Teve em 1957, os sambas-canção "Se tu soubesses" e "Não voltarás, nem voltarei...", com Nogueira da Silva, gravados por Lúcio Alves no LP "Serestas" lançado pela Mocambo. Além de compositor, trabalhou em revistas teatrais e em shows de cassinos e nas estações de Rádio. Destacou-se como autor de melodias especialmente de valsas e fox, embora tivesse chegado também a compor sambas e boleros. Era mais musicista e suas melodias receberam letras de Osvaldo Santiago, J. G. de Araújo Jorge, esses seus dois mais constantes parcerios, além de David Nasser, Cristóvão de Alencar, Freitas Guimarães, Mário Rossi e outros. Teve composições gravadas por nomes como Orlando Silva, Carlos Galhardo, Anjos do Inferno, Trigêmeos Vocalistas, Nuno Roland e outros. A partir do final do anos 1950, começou a se afastar da vida artística passando a viver mais do que lhe rendiam os direitos autorais. No ano 2000, a valsa "Apaixonei-me outra vez", com Osvaldo Santiago, na voz de Nuno Roland foi relançada no CD "Cantores do Rádio - Volume 1" da gravadora EMI. Nesse ano, por acasião dos 100 anos de seu nascimento foi homenageado com a exposição "Georges Moran - da balalaica ao violão" no Museu Judaico do Rio de Janeiro com curadoria do Professor Orlando Barros. Deixou mais de 50 composições entre valsas, fox, sambas, boleros e canções.
 

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