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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Armandinho Neves



Armando Neves
 28/11/1902 Campinas, SP
 12/10/1976 São Paulo
Músico. Violonista. Compositor.
Nasceu em Campinas, bem próximo à casa em que nasceu Carlos Gomes.
Antes de decidir-se pela vida artística atuou como jogador na Associação de Sports Athléticos e no Santo Amaro F.C., além de pintor de paredes, ajudante de pedreiro e boiadeiro pelo interior de São Paulo.
Na adolescência conheceu o professor de violino Antonio de Paula Souza, cuja casa freqüentava e para quem assobiava suas composições. O professor anotava as composições, pois o futuro violonista, nunca aprendeu a ler e escrever música.
Cresceu no ambiente musical de São Paulo, tendo tido contato direto com grandes violonistasd de sua época.
Em 1919 após ver o trio Canhoto-Abigail-Viterbo, violonista, cantora e folclorista, respectivamente, decidiu-se violonista.
Começou a compor em 1923.
Aos 19 anos, transferiu-se para São Paulo onde, em 1925, começou a aprender violão com os irmãos Matoso (Joaquim e José), que se dedicavam a espetáculos circenses. No ano seguinte começou a estudar violão com Larosa Sobrinho, com quem ingressou na Rádio Educadora Paulista (hoje Gazeta).
Em 1927, trabalhando como músico profissional, atuou como jogador do Corinthians, sendo um de seus principais artilheiros naquela época.
Foi funcionário público da Secretaria do Estado e Saúde Pública, aposentando-se em 1955.
No ano de 1923 conheceu os violonistas Gustavinho e José Alves Silva e meses depois passou a apresentar-se no palco do Cine Oberdan ao lado de Walkiria Moreira, Paraguassú, Nestor Amaral e outros artistas de sucesso desta época. Pouco depois passou a trabalhava como violonista do cantor Paraguassú.
Em 1925 organizou o primeiro regional da Rádio Educadora Paulista. No ano seguinte conheceu os compositores João Pernambuco (violonista) e Catulo da Paixão Cearense (cantor, poeta e letrtista), com os quais viajou para Santos. Nesta viagem compôs com João Pernambuco o choro "Serrano".
No ano de 1927, conheceu o violonista Américo Jacomino, o popular Canhoto, participando de apresentações por ele organizadas como integrante do conjunto Os Turunas Paulistas. Neste mesmo ano entrou para a Rádio Educadora Paulista, atuando como solista de banjo em regional. Trabalhou com Américo Jacomino nas "Noites brasileiras" e ainda no conjunto Batutas Paulistanos, de Raul Torres, além de trios, quartetos e outras modalidades de conjuntos. Um dos grupos pelo qual passou, com o pseudônimo Lampeão, foi Os Chorões Sertanejos, integrado por Raul Torres (Bico Doce), Antonio Del Bagno (Nho Láo), José Alves Silva - o futuro Aymoré - (Ranzinza) e Artur Santana (Azulão). Participando deste grupo gravou o 78 rpm "Jacaré tá no caminho", pelo Selo Parlophon. Por essa época o conjunto fazia sucesso e apresentava-se em vários pontos da capital paulistana, entre eles Cine São Carlos, Cine Roma, Cine Paulistano, Cine Glória, Circo Piolim-Alcebíades, Cine Santa Helena, Cine Victória e Cine Central. No ano seguinte, em 1928, com a morte de Canhoto, passou a trabalhar na Radio Sociedade Record, organizando o primeiro regional da emissora, do qual seria líder durante um período de 30 anos. Nesta emissora trabalhou como arranjador, preparador de grupos e cantores.
Em 1930 tocou para o violonista paraguaio Augustín Barrios. No mesmo ano, gravou com Larosa Sobrinho, na Parlophon, o cateretê "Casamento na roça" e o choro "Sem querer", ambas de Lorosa Sobrinho.
Compôs peças para violão, nos mais variados gêneros, como valsas, choros, gavotas, tarantelas etc.
De sua produção, destacam-se os choros "Mafuá", "Maxixe nº1" e "Choro em dó menor", peça que participou de concurso promovido pela Rádio Nacional.
Como violonista atuou em importantes conjuntos regionais.
Acompanhou a primeira gravação de Carmen Miranda e Sílvio Caldas e foi escolhido para acompanhador do exigente violonista Rogério Guimarães. Como solista fez em 1938 gravação em disco de 78 rpm para o selo Decelith.
Suas composições foram gravadas por diversos artistas, entre os quais Garoto, Rago, Aymoré e Geraldo Ribeiro.
Em 1957, José Menezes gravou o choro "Mafuá", na Sinter.
Em 1961 afastou-se da Rádio Record.
No ano de 1966 “Mafuá” foi regravada pelo cantor Aymoré.
No ano de 1970, Geraldo Ribeiro incluiu composições suas no LP que lançou na Fermata naquele ano.
No audio abaixo ouça o violão de Armandinho acompanhando Carmen Miranda e Sílvio Caldas

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